OEIRAS – Estar entre a espada e a parede traz o melhor de Frederico Silva. Esta é, pelo menos, a mensagem que o tenista de 29 anos passou na conferência de imprensa posterior ao triunfo épico diante do amigo Henrique Rocha na segunda ronda do Oeiras Open 2. O que se viu durante as 3h35 de encontro parece confirmar a teoria e agora seguem-se terrenos já desbravados anteriormente, e como é bom voltar onde se quer estar.
“Tive um pouco a sorte do meu lado quando nenhum daqueles match points cai para o lado dele”, esta foi a primeira afirmação do atual número quatro nacional no rescaldo. A perder por 7-6(3) e 5-2, Frederico Silva precisou de anular cinco pontos de encontro em dois jogos distintos para se impor no primeiro compromisso diante do compatriota mais novo (20) e mais cotado.
Ainda assim, e apesar de alguma fortuna, o tenista das Caldas da Rainha não acredita em coincidências. “Uma das minhas características fortes é estar até ao fim. Consigo puxar mais por mim nessas alturas e subir o nível. Ele talvez tenha estado nervoso para fechar, e aliado a esta quase vida extra que consigo ter quando estou por baixo acabei por levar o encontro para o terceiro set“, contou, e o foco na recuperação era tal que nem sabia da quantidade de últimos pontos salvos.
O muito público presente na nave dos campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor esteve neutro o tempo todo e até os treinadores, comuns a ambos, se mostraram totalmente imparciais. Isso tornou o duelo “diferente” contra um jogador com “uma boa amizade”. “Tivemos um bom treino hoje”, disse entre sorrisos.
Só que o ‘treino’ foi desgastante e a garantia, em primeiro lugar, para sexta-feira é que vai “estar cansando”. Ainda assim, “a forma como encarar e gerir isso vai definir o meu nível” e esse nível tem de estar alto face ao desafio Mackenzie McDonald, 130.º ATP e quarto cabeça de série no Jamor, além de antigo 37.º e finalista de um ATP 500.
Será o segundo combate entre ambos e o primeiro, em condições semelhantes, caiu para o californiano num tie-break de terceiro parcial. “Ele está mais confortável do que em rápido indoor. Vai ser exigente, ele teve duas primeiras rondas contra dois adversários muito bons e conseguiu ganhar os dois, por isso certamente está a jogar bem e confiante”.
O embate será o primeiro para o português nos quartos de final de um Challenger desde maio de 2023. “Estou bastante contente. Se formos pelo lado mais prático são pontos que me dão jeito, se formos pelo nível mostra que posso voltar a fazer coisas interessantes nos Challengers. Sabe bem estar nestes torneios e agora o objetivo é voltar às meias-finais”.
Se a ideia é essa, o antepenúltimo dia do Indoor Oeiras Open 2 pode dar a Frederico Silva a 11.ª meia-final na categoria, quatro vezes finalista neste nível entre 2020 e 2023.
O duelo está agendado para o segundo compromisso das 13 horas.