Nuno Borges foi dono e senhor do encontro com Jordan Thompson do início ao fim e venceu o número três australiano por 6-3, 6-2 e 6-4 para carimbar pelo segundo ano consecutivo o apuramento para a terceira ronda do Australian Open.
A atuar na John Cain Arena, a terceira maior de Melbourne Park, o melhor tenista português da atualidade (esta semana no 33.º lugar do ranking ATP) congelou o ambiente ao assinar uma exibição autoritária frente ao 27.º cabeça de série para celebrar a sexta vitória do ano, primeira sem perder o primeiro set.
Um ano após tornar-se no primeiro português a alcançar a quarta ronda do Australian Open, equivalente aos oitavos de final, o maiato tentará repetir a proeza na jornada de sexta-feira, dia em que tem encontro marcado com Carlos Alcaraz — o espanhol que nesta quinzena procura ser o mais novo da história a completar o Grand Slam de carreira.
O frente a frente desta quarta-feira foi o terceiro entre Borges e Thompson. Tal como nos anteriores, na terra batida do Millennium Estoril Open em 2021 e na relva do Challenger de Ilkley em 2022, foi o português quem levou a melhor. Agora numa fase em que os dois pertencem à elite do circuito masculino e na qual o australiano até tem melhor ranking quer de singulares, quer de pares (está no terceiro posto e é o atual campeão do US Open).
A sexta vitória da carreira frente a adversários do top 30 foi consumada com uma das melhores exibições da carreira por parte de Borges, que manteve o sentido ascendente em relação aos primeiros dias do ano e nunca olhou para trás frente a Thompson.
Com mais do dobro dos winners em relação ao adversário (31 para 14), o português usou e abusou do poder de fogo para dominar desde o fundo do court e desenvencilhou-se com categoria das únicas duas oportunidades de break que enfrentou e num momento perigoso — ao 3-4 do terceiro set, numa altura em que a chuva ameaçou interromper o encontro e Thompson tentou dar um ar da sua graça para inverter o rumo dos acontecimentos.
A vitória desta quarta-feira foi a 10.ª de Nuno Borges em quadros principais de torneios do Grand Slam (já é o segundo melhor registo nacional) e permitiu-lhe igualar as três presenças de Michelle Larcher de Brito nesta fase dos maiores eventos do mundo, registo só superado pelas oito ocasiões em que João Sousa chegou tão longe.