Ex-top 40 Kukushkin é exceção entre os últimos quartofinalistas do Eupago Porto Open

PORTOMikhail Kukushkin (134.º ATP) contrariou a lógica da jornada desta quinta-feira e apurou-se para os quartos de final do Eupago Porto Open num dia em que o destaque foi sobretudo tomado por nomes pouco conhecidos.

O ex-top 40 mundial (chegou ao 39.º lugar em 2019, o ano em que atingiu a quarta ronda de Wimbledon e jogou a última das quatro finais no circuito ATP) resistiu a Joris de Loore (224.º) e com os parciais de 7-6(4) e 6-3 venceu o primeiro encontro do dia para inscrever o nome nos quartos de final, fase a que chega como o jogador mais cotado.

Aos 36 anos, Kukushkin procura a 31.ª final Challenger da carreira e a terceira de um ano que já o viu erguer dois títulos (os primeiros em seis anos), missão à qual é cada vez mais favorito fruto dos restantes acontecimentos na sua secção do quadro.

Se logo no início da semana o cazaque soube da desistência de Richard Gasquet, que seria o segundo cabeça de série no Porto, esta quinta-feira viu cair os outros pré-designados que resistiam na metade inferior do quadro: o primeiro foi Henrique Rocha (167.º), sem argumentos para o espanhol Alex Martínez (678.º), e o segundo o compatriota Timofey Skatov (189.º), de forma bem mais equilibrada no encontro de sessão noturna que sorriu a August Holmgren (249.º).

Martínez aterrou na invicta como 979.º classificado no ranking, mas logo na segunda-feira subiu à melhor classificação da carreira depois de jogar a final do Challenger 50 de Segóvia.

Desconhecido não só do grande público, como da maior parte dos espanhóis até há uma dezena de dias, este jovem de 23 anos nunca tinha disputado um torneio Challenger até viajar de Castelo Branco (onde perdeu com o futuro campeão, Frederico Silva, na primeira ronda) para os arredores de Madrid e quase protagonizou um conto de fadas ao assinar seis vitórias desde a primeira ronda do qualifying até à final.

Ao chegar aos quartos de final do Eupago Porto Open já assegurou uma subida de pelo menos mais 100 lugares, sendo precisamente ele o próximo adversário de Mikhail Kukushkin.

Holmgren foi o outro jogador a aterrar no Aeroporto Francisco Sá Carneiro com excesso de peso na bagagem — e que peso. O dinamarquês de 26 anos perdeu à primeira em Segóvia, mas nas semanas anteriores venceu um ITF M25 na relva de Nottingham e sem tempo a perder fez uma transição perfeita para os hard courts do Challenger 50 de Pozoblanco, onde jogou a final mais importante da carreira e só parou com mais um título nas mãos.

As 10 vitórias transformaram-se em 11 com um braço de ferro ganho ao belga Michael Geerts na primeira ronda e passaram a 12 na sessão noturna desta quinta-feira, mais uma prova de resistência deste nórdico que, com pouco tempo para respirar ao longo das últimas semanas, nunca deu sinais de desgaste e reagiu bem a quebras de serviço críticas (ao 4-4 do primeiro set e ao 5-4 do segundo) para superar Skatov em dois tie-breaks, 7-6(6) e 7-6(4).

Mas a maior surpresa da semana vem de França. Arthur Reymond nunca tinha assinado um resultado relevante no circuito Challenger, o que explica a total surpresa que demonstrou ao celebrar, de braços e boca abertos, o apuramento desta quinta-feira para os quartos de final.

Depois de duas vitórias contra compatriotas no qualifying, o francês bateu o ex-top 100 Renzo Olivo na primeira ronda do quadro principal e depois superou o russo Alibek Kachmazov (261.º) por 6-4 e 7-6(4) num duelo em que anulou os cinco pontos de break que enfrentou. Consequência desta campanha, já sabe que subirá pelo menos 175 lugares quando o ranking for atualizado.

A esquerda de canhoto e a uma mão salta logo à vista, mas um olhar mais prolongado revela uma criatividade que disrompe a norma e que o faz arrancar aplausos pelo Complexo Desportivo do Monte Aventino de forma constante, a alegria contagiante a prometer espetáculo num final de semana que se espera espetacular e a que o público portuense costuma aderir em massa. Bolas por trás das costas? Ele faz. Pancadas em gancho com as costas voltadas para o adversário? Ele faz. Amorties durante subidas à rede? Ele faz.

E se a isso se juntar a presença de um português — Jaime Faria — nos embates desta sexta-feira, o menú do dia torna-se ainda mais apetecível.

A partir das 11 horas há quartos de final no Eupago Porto Open.

E com uma boa causa à mistura: nos últimos dias a entrada é paga e o valor dos bilhetes, que podem ser adquiridos aqui, (6€ cada) será doado à ANJP – Associação Nacional Glaucoma Pediátrico.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share