Henrique Rocha: “Ter Wimbledon no horizonte ajuda muito” no adeus a Paris

António Borga

PARIS — A estreia de Henrique Rocha como tenista profissional em torneios do Grand Slam não teve o desfecho desejado e o jovem português despediu-se de Roland-Garros com uma derrota na primeira ronda do qualifying que foi difícil de digerir. Mas na viagem de regresso a Lisboa leva uma experiência que lhe dá “bagagem” e ter outro voo marcado para uma experiência desta dimensão facilita todo o processo.

“Foi um dia complicado, com muitas emoções à mistura”, reconheceu ao Raquetc esta terça-feira, quase 24 horas depois de perder por 4-6, 7-6(5) e 6-3 com o moldavo Radu Albot num embate que dividiu “em duas partes.”

“Fui superior até ao 6-4 e 1-1. Estava a jogar muito bem e apesar das condições não serem as melhores para mim estava a conseguir ser superior, mas quando voltámos ao campo passado mais de uma hora senti que o encontro mudou. Ele estava a ser mais agressivo e eu fiquei com menos soluções. Fui buscar ao serviço e até correu bem, mas nunca estive muito confortável e depois fiz um ou dois erros, inclusive uma dupla falta, que me custaram o tie-break, explicou Rocha.

O atual número três nacional reconheceu que a forma como deixou escapar a vitória em dois sets (liderou o “tira-teimas” por 5-2 antes de perder cinco pontos consecutivos) “custou muito” e “pesou até ao 3-2” do terceiro set. “Estava a jogar bem e lúcido em relação ao que tinha de fazer, mas ao mesmo tempo ainda tinha um bocadinho aquela raiva porque só precisava de mais dois pontinhos. Depois segui em frente e tive um 0-40 ao 2-3 e um 0-30 ao 3-4, mas ele é mais experiente e soube jogar com os momentos do jogo.”

16.º homem português a ir a jogo num torneio do Grand Slam em singulares, Henrique Rocha pode não ter tido o desfecho com que sonhou, pois viajou até Paris “com o objetivo de chegar ao quadro principal”, mas despediu-se da capital francesa “a sentir que estou a melhorar cada vez mais o meu nível” e com memórias para a vida por ter conseguido atuar em frente à família.

Segue-se uma semana e meia de treinos em casa, no Complexo de Ténis do Jamor, e dois Challenger em terra batida em Zagreb e Bratislava antes de mudar o chip para a relva. “Ter Wimbledon no horizonte ajuda muito”, admitiu na hora de dizer adeus a Paris, afinal trata-se do “torneio mais emblemático do mundo” e é aquele que “todos querem jogar.”

A preparação para o Major britânico será feito no Challenger 125 de Ilkley, onde aproveitará o estatuto NextGen para obter entrada direta no quadro principal.

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