Jaime Faria estava “quase em Paris” quando reagiu a tempo de ficar “quase em Londres”

Beatriz Ruivo/Federação Portuguesa de Ténis

OEIRASJaime Faria esteve com um pé e meio fora do Oeiras Open, mas reagiu a tempo de protagonizar uma das reviravoltas mais notáveis da carreira e prolongou a estadia no Jamor, onde por estes dias tenta controlar os pensamentos relacionados com Paris e Londres, isto é, com Roland-Garros e Wimbledon.

“Até estou um bocado surpreendido”, começou por admitir na conferência de imprensa depois de transformar um 2-6, 1-4 apático num 2-6, 6-4 e 6-0 impressionante contra Dennis Novak.

“Para ser sincero ainda me sinto sem emoções. Já estava com a cabeça muito em baixo porque ele estava a fazer um encontro muito bem conseguido e a ser melhor do que eu em quase todos os aspetos, até que relaxou um bocadinho. Se calhar começou a pensar nas meias-finais, não sei. Acontece a todos, já me aconteceu há três semanas aqui em Oeiras”, acrescentou já com um sorriso.

No fundo, Faria chegou a estar “com a cabeça quase em Paris” tal era a desvantagem no marcador. Mas apesar da aparente apatia garantiu nunca ter deixado de acreditar e tentou fazer “algo de diferente.”

“A partir do 1-4 passei-lhe o testemunho para que fosse ele a fazer a festa toda e assim foi. Começou a falhar mais, eu mudei-lhe os ritmos e as alturas do jogo. Estava um bocadinho fechado de cabeça e a jogar o jogo dele, muito reto. Não sabia que tinha assim tanta qualidade de fundo, tanto na direita como na esquerda, e quando comecei a variar um bocadinho ele cedeu e eu consegui virar bem“, explicou.

A reviravolta que ainda foi a tempo de consumar adiou-lhe os pensamentos sobre Roland-Garros, para onde viajará no sábado de forma a estrear-se em torneios do Grand Slam, mas não os de Wimbledon. Esse foi, aliás, o tema-central da conversa desta quinta-feira com os jornalistas, porque era sabido que uma vitória neste encontro o deixava muito bem encaminhado para assegurar a entrada no qualifying da prova londrina e ao ser questionado sobre isso voltou a sorrir.

“Também pensei nisso porque quando se pensa num pensa-se no outro. Sei que estou muito perto de garantir, mas que perdendo este encontro tinha de ficar outra vez com a calculadora [na mão]. Esta vitória facilitou-me um bocadinho [as contas] e agora estou quase lá”, rematou.

Cidades à parte, o próximo pensamento terá de passar por Roman Burruchaga, o argentino que o separa da primeira final Challenger e, também, da estreia no top 200.

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