OEIRAS — Duarte Vale (596.º) só tem razões para sair este domingo com um sorriso no rosto depois de ter alcançado a maior vitória de toda a carreira em termos de ranking, mas os seus pés estão bem assentes na terra. O jogador de Cascais, que ficou mais próximo de se juntar ao quadro principal do Oeiras Open 4, assegurou num tom moderado que a máxima para esta semana está em pensar “jogo a jogo” e centrar o foco no que poderá conceber do seu lado da rede.
Numa primeira análise à vitória celebrada por 3-6, 6-3 e 6-4 diante do italiano Samuel Vincent Ruggeri (276.º) — que semanas antes havia sido responsável por extinguir a maré de vitórias de Gastão Elias no Court Central —, Vale reconheceu: “Foi uma boa vitória, não estava a ser fácil jogar. Fui à procura de soluções, mantendo as expectativas relativamente baixas. Nunca se sabia o que poderia acontecer e era difícil ganhar muito ritmo, quis manter as coisas simples e pensar ponto a ponto. Fiz o melhor que podia e correu bem.”
O reencontro com finais ITF feito há precisamente uma semana, na Flórida, poderia representar uma das peças do seu arsenal de confiança, mas o discurso mantém-se longe de exacerbado. Para o português, o mote assume-se em viver o dia a dia dentro de campo e, parafraseando um colega de profissão, asseverou: “Tento não pensar nisso e simplesmente ir jogando. Acho que foi o [Andrey] Rublev que disse isso no outro dia e eu concordo completamente, é melhor não pensar se se tem ganho ou perdido, amanhã tudo pode mudar. Quero jogar o jogo de amanhã sem grandes euforias ou pressões e ver o que acontece.”
Isto porque, tal como o próprio valida, a subida ao patamar intermédio acarreta atenções redobradas: “A seguir ao Algarve fui jogar Challengers e perdi à primeira. Foi importante a lição que eu aprendi de manter as expectativas equilibradas. Aqui jogam todos bem e querem fazer as coisas certas. Sabe bem ganhar, mas quero manter o equilíbrio”, comentou, num dia em que conquistou o primeiro triunfo de 2024 neste circuito.
Com os pés no degrau de acesso ao quadro principal no Complexo de Ténis do Jamor, Duarte Vale vai defrontar esta segunda-feira o búlgaro Adrian Andreev (237.º), que para trás deixou o português Rodrigo Fernandes. Apesar de se avizinhar uma incógnita, não tem dúvidas que a iniciativa terá de partir de seu lado: “Nunca o vi jogar, vou tentar servir bem e ser agressivo com a minha direita. Não sei que condições vão estar amanhã, se vou ter de ser mais conservador no que quiser fazer com a bola, porque se estiver vento vai ser difícil ir para o winner.”
O périplo pelo circuito College familiarizou-o com o piso rápido mas, ainda assim, para Duarte Vale as impressões na terra batida são auspiciosas: “Estou bastante confortável, a mexer-me e na maneira como estou a bater na bola, especialmente com a direita. Precisava de tempo e de bastante treino e jogos, para voltar a sentir a maneira de estar em terra batida, que é diferente. Sempre soube que conseguia competir bem nesta superfície, mas depois houve um período em que só competia em piso rápido.”