OEIRAS – Matilde Jorge chegou à estreia numa prova WTA com somente quatro vitórias nos 12 encontros de 2024. A confiança era pouca, mas a ambição muita e dias depois as quatro vitórias passaram a seis e o fim do caminho ficou-se pelos quartos de final do Oeiras Ladies Open ao superar na segunda ronda a primeira top 100 com quem mediu forças. Tudo motivos para celebrar, e se incluirmos a final de pares ao lado da irmã, que pode tornar-se no maior título da carreira, os motivos da satisfação aumentam mais.
Sobre a eliminação face a Clara Tauson (87.ª, antiga 33.ª e detentora de dois troféus WTA 250) pouco houve a esmiuçar para a vimaranense de 20 anos tal o nível apresentado pela dinamarquesa. “Ela está com um nível bastante alto, é uma excelente jogadora. Não sinto que seja só jogadora de piso rápido como a [Harriet] Dart. A bola dela pica em terra e serve bem. Acho que não joguei mal, mas senti que fui muito instável. Fazia bons pontos, mas depois erros não forçados. Essa quebras ditaram também o resultado e mostram porque ela é top 100 e eu top 500, fizeram-me perder um pouco um rumo”.
A altura não estava para lamentos, até porque instantes antes tinha celebrado o apuramento para a primeira final WTA da história do ténis feminino nacional. A semana não só foi bastante positiva como inesperada e Matilde Jorge não hesitou em afirmar que assinaria de olhos fechados se lhe tivessemos contado antes do torneio que iria atingir os quartos de final.
“Não estava à espera. Mas já me disseram que isto não é quando se quer, é quando se consegue. Às vezes uma pessoa quer muito uma coisa e não acontece e é quando menos esperamos que acontece. Está aqui uma boa reflexão”, disse com seriedade e a sorrir ao mesmo tempo, como raramente deixa de o fazer.
A reflexão para os próximos tempos também está feita. “O meu objetivo é subir no ranking e jogar os torneios maiores. Quero viajar com a Kika e entrar diretamente nas provas maiores”.