ESTORIL — Foi com um sabor amargo que Nuno Borges (62.º) deixou cair por terra o sonho de se tornar o segundo português a ganhar o título de singulares do Millennium Estoril Open e saiu de cena ao perder num embate dos quartos de final com Cristian Garin (112.º) que vai fazer correr muita tinta, e pelos piores motivos. O português foi prejudicado ao não vencer um ponto válido que lhe valeria o break na segunda partida, e na chegada à conferência de imprensa abordou o episódio tenso.
Estupefacto pelo que testemunhou no Estádio Millennium depois de ter perdido um ponto que terminou com uma direita para fora de Garin, o português manifestou: “Saí de lá sem saber muito bem qual foi o julgamento dele, porque a meu ver não havia dúvidas. Tenho a certeza que o árbitro sabe que cometeu um erro e que mais tarde me vem dar a entender isso. Acontece, só quero que a situação fique bem resolvida para que não aconteça outra vez, porque dois jogos depois também houve alguém que chamou, é normal porque as pessoas vivem o jogo.”
E comentou ainda que, mesmo com uma chamada de bola fora vinda das bancas, o veredicto não poderia ter sido aquele que o árbitro tomou: “Não é por isso que o ponto pára, naquele momento ambos sentimos qualquer coisa, ficámos a olhar um para o outro, seguimos o ponto e ele falhou. Foi bizarro, nunca me tinha acontecido uma coisa assim. Achei que o árbitro não ficou com a ideia completa da situação, daí que o julgamento não tenha sido feito da melhor maneira.”
Com um cumprimento frio à rede depois de Cristian Garin ter festejado entusiasticamente à sua frente, Nuno Borges frisou que o comportamento do adversário não foi o mais adequado, ainda que não lhe aponte culpas: “Não acho que ele esteve particularmente bem, mas a culpa não foi dele. Só fez o trabalho dele se quisesse ganhar aquele ponto, que era manter-se o mais calado possível. Só o chamei para que os factos ficassem bem esclarecidos, não foi para perguntar o que estava a fazer. Ele não quis dar o braço a torcer, mas o árbitro achava que a direita dele tinha sido boa, e eu achei que assim que ele se apercebesse desse facto fosse mudar o julgamento. Mas não foi o caso.”
Mesmo com a exibição manchada por um erro alheio, Nuno Borges despediu-se desta edição do Millennium Estoril Open com um sorriso no rosto e com bons indícios para o resto da temporada: “Fico com boas sensações, é sempre desgastante jogar aqui porque venho com muita emoção, mas uns quartos de final inéditos aqui foram muito bons para mim e para o ranking, tive um torneio bem conseguido mas gostava de poder ter ido mais longe. Fica ali um sabor estranho, mas fico satisfeito com o nível que apresentei e com a evolução que tenho vindo a ter.”