Estamos a cerca de quinze dias do começo do Quadro Principal da edição de 2011 de Roland Garros, o segundo Grand Slam do ano, pelo que está na altura de falar um pouco dos principais candidatos ao título. Mas antes, uma pequena introdução: o quadro principal masculino disputa-se desde 1891 e nos últimos seis anos viu Rafael Nadal sagrar-se campeão por cinco vezes.
Rafael Nadal: Paris é a cidade de Nadal, a cidade onde o tenista maiorquino domina por completo os adversários. Com cinco títulos conquistados em Roland Garros, Rafael Nadal tem um incrível registo de 28 vitórias e apenas uma derrota no magnífico torneio gaulês. A terra batida é, como se sabe, o seu piso de eleição, pelo que Rafael Nadal tem reunidas todas as condições necessárias para mais um triunfo na capital francesa;
Roger Federer: com um estupendo registo de dezasseis títulos do Grand Slam no seu palmarés, o suíço tentará com toda a certeza voltar aos grandes títulos em Paris (onde venceu em 2009), depois de um ano e cerca de quatro meses sem conquistar um ‘Major’. Federer será, à partida, o terceiro cabeça de série do torneio, algo que poderá dificultar ainda mais o objectivo de conquistar o segundo troféu, dado que o sorteio o pode colocar frente a frente com Rafael Nadal nas meias-finais ou, por outro lado, na mesma metade do quadro que o sérvio Novak Djokovic;
Novak Djokovic: Apesar de estar em segundo lugar do ranking, opto por Federer no que toca ao segundo candidato. Não só pelo seu registo em torneios do Grand Slam mas também porque o suíço se encontra numa fase mais delicada da sua carreira, onde falta (mais) um grande título. Falemos, então de Djokovic. O sérvio tem vindo a realizar uma excelente temporada, após a final do US Open e a conquista da Davis Cup. Não havia melhor maneira de começar 2011 do que vencer o Australian Open e Djokovic assim o fez, revalidando o título que tinha ganho há três anos. Na edição transacta de Roland Garros o sérvio atingiu os quartos-de-final, onde perdeu para Jurgen Melzer em cinco sets, mas o seu melhor resultado foi em 2007, quando atingiu as meias-finais;
Robin Soderling: O tenista sueco tem lugar cativo no top10 e marca bastantes vezes presença no top5, ranking que alcançou muito graças às duas finais que atingiu em Roland Garros, quer em 2009 quer em 2010. A terra batida é claramente o piso onde Soderling consegue impôr melhor o seu jogo pelo que é sempre um jogador a ter em contra, ainda para mais com o registo que tem no torneio: em 2009 eliminou Rafael Nadal nas meias-finais e perdeu na final para Roger Federer; já em 2010, eliminou Roger Federer nos quartos-de-final e perdeu na final para Rafael Nadal;
Juan Martin Del Potro: em 2009 o tenista argentino chegou às meias finais de Roland Garros, onde só perdeu para o futuro campeão Roger Federer, e no final do ano venceu mesmo o US Open, desforrando-se de Roger Federer em cinco sets. Foi ‘vítima’ de uma grave lesão que o afastou dos courts durante cerca de nove meses mas este ano regressou em grande e já se encontra numa posição que lhe permitirá ser cabeça de série no torneio francês. Entre outros feitos, já conquistou o torneio de Delray Beach e o nosso Estoril Open. Del Potro é um claro candidato a uma boa prestação no torneio francês.
Gael Monfils: não é um jogador com grandes resultados em torneios do Grand Slam, mas a jogar em casa o tenista francês é capaz de tudo o que se possa (ou não) imaginar, pelo que o nome dele tem de figurar nesta lista. Poderia juntar aqui Jo-Wilfried Tsonga, finalista do Australian Open 2008, mas a terra batida não é, definitivamente, o seu forte.
Tomas Berdych e Jurgen Melzer, que no ano passado atingiram as meias-finais, são potenciais surpresas e podem conseguir chegar longe no torneio mais uma vez.
Andy Murray vem muito depois neste artigo, não só devido ao péssimo momento que atravessa (depois da final do Australian Open, o tenista britânico apenas obteve vitórias nos torneios de Monte Carlo e Madrid, não passando, apesar de tudo, dos quartos e oitavos-de-final respectivamente) mas também por não se destacar muito neste tipo de superfície.
Frederico Gil: em 2010 o tenista sintrense não disputou o quadro principal de Roland Garros e, nas duas edições anteriores, nunca passou da primeira ronda, pelo que este ano tentará certamente ultrapassar essa marca. Graças ao ranking que ocupa actualmente (63º mundial), Frederico Gil tem garantida a entrada directa no quadro principal, pelo que lhe resta apenas ter alguma sorte no sorteio.
Rui Machado: o tenista de tavira apenas disputou a edição de 2009 e conseguiu ultrapassar a primeira ronda. É certo que também ele terá entrada directa no quadro principal, pelo que se encontra na mesma situação de Gil.
Para a semana falarei sobre as candidatas ao título feminino.