Daniil Medvedev precisou de fazer uso da sua resiliência para colocar em marcha o processo de recuperação depois de ter perdido os dois primeiros sets da meia-final com Alexander Zverev, e foi ao cabo de quase quatro horas e meia que cerrou o punho com 5-7, 3-6, 7-6(4), 7-6(5) e 6-3. O suado triunfo, que leva o moscovita para a terceira final do Australian Open, entrou para o registo das maiores reviravoltas nas fases finais do Happy Slam.
Dois anos depois de não ter segurado uma vantagem de dois parciais a zero frente a Rafael Nadal na final em Melbourne Park, é desta feita o moscovita quem vinga esses fantasmas e torna-se o quinto da história a conseguir inverter desse ampliado fosso ou nas meias-finais, ou na final do primeiro torneio do Grand Slam da temporada — patamar onde o maiorquino segue como nome isolado.
O primeiro a ousar fazê-lo foi o sul-africano Kevin Curren, que na edição de 1984 seguiu para o domingo de atribuição dos troféus após reverter a inferioridade com Ben Testerman. 25 anos depois, em 2001, Arnaud Clement seguiu o mesmo caminho também nas meias-finais ao renascer frente ao compatriota Sebastien Grosjean e, em 2006, Marcos Baghdatis protagonizou igual feito diante de David Nalbandian, antes de perder na final com Andre Agassi.
