Nuno Borges aterrou no aeroporto de Lisboa no início de noite desta quarta-feira e tinha à sua espera uma caravana de jornalistas, aos quais voltou a falar da importância do feito histórico em Melbourne, onde se tornou no primeiro tenista português a chegar à quarta ronda do Australian Open e, consequentemente, no segundo a chegar ao top 50 do ranking ATP (estreia que será oficializada na próxima segunda-feira).
“Estou muito contente, foi um torneio que acabou por mudar um pouco a minha perspetiva em Grand Slams e um marco muito especial para mim e que vou lembrar para sempre”, começou por dizer o melhor tenista português da atualidade. “Acaba por não mudar o meu calendário porque já queria jogar os maiores torneios do mundo e planeava jogar o circuito ATP, felizmente já tinha essa possibilidade com o ranking que tinha, mas claro que me ajuda a consolidar um bocadinho mais e ajuda-me para o resto do ano e não só para os próximos dois ou três meses.”
A campanha no Australian Open fez do maiato de 26 anos o segundo homem português a garantir a presença no top 50 mundial, o que o obrigará a pensar em novos objetivos: “Acabei de concretizar o meu objetivo porque tinha posto em mente o top 50. O meu objetivo para este ano é participar nos Jogos Olímpicos, é uma oportunidade incrível e estou mais focado nisso. Agora em relação ao ranking terei de criar novos objetivos, mas acabei de cumpri-los e foi de repente, por isso ainda não tive muito tempo [para pensar].”
Em Melbourne, Nuno Borges derrotou Maximilian Marterer, Alejandro Davidovich Fokina e Grigor Dimitrov antes de perder com Daniil Medvedev, mas só depois de forçar o ex-número um mundial a quatro sets e quase quatro horas de um braço de ferro de que se despediu com uma ovação de pé por parte do público na Rod Laver Arena. Por isso, regressou com a confiança em alta: “Era tudo muito novo e ainda me intimidei um bocadinho com várias situações ao jogar num estádio daqueles, tão grande e tão cheio. Pesava-me até no peito o som das pessoas nalguns momentos, mas senti que pertencia realmente ali e provei que quando estou a jogar bem consigo competir com os melhores.”
“Agora é preciso manter isso o ano todo. Sei como é que jogo ténis e não vou mudar a minha estratégia, vou simplesmente tentar fazer o que faço, mas ainda melhor, com mais eficácia, mais consistência, um bocadinho mais rápido e mais forte e à procura de melhorar o meu próprio jogo”, acrescentou o tenista-sensação do momento, que acrescentou regressar dos antípocas “com muita confiança e uma motivação enorme para querer mais isto e competir com os melhores nestes grandes palcos.”