Bopanna e a ascensão a número um aos 43 anos: “O ténis indiano precisava disto, espero inspirar muita gente”

Rohan Bopanna tem vindo a provar que a idade é apenas um número e depois de se manter pelo circuito de pares por mais de 20 anos riscou esta quarta-feira uma das metas mais ambicionadas da carreira. Com o apuramento para as meias-finais do Australian Open ao lado de Matthew Ebden, o indiano confirmou que será, na próxima segunda-feira, o mais velho jogador de sempre a ascender a número um mundial.

A pouco mais de um mês de cumprir 44 anos, o indiano não escondeu a emoção na conferência de imprensa que se seguiu à vitória por 6-4 e 7-6(5) aplicada ao duo composto por Maximo Gonzalez e Andres Molteni: “Esta vitória assegura que serei o novo número um mundial quando o torneio terminar, é um sonho. Era o meu grande sonho e ainda mais porque já jogo este desporto há algumas décadas.”

Ainda em busca do primeiro título Major em pares masculinos — depois das finais no US Open em 2010 e 2023 —, é nesta fase da carreira que Bopanna tem alcançado os melhores resultados nos grandes palcos e explica o segredo: “A perseverança e a consistência que tive no último ano ajudou-me a alcançar este patamar, sempre continuei a lutar e a trabalhar no duro. Tanto eu como Matt temos os mesmos pontos, por isso deveríamos ser ambos os novos números um.”

O veterano de Bangalore espera que o seu exemplo de longevidade possa servir de exemplo para muitos, na Índia e não só: “Ainda não absorvi totalmente, para ser sincero. Estamos muito orgulhosos, o ténis indiano precisava disto. Não temos assim tantos jogadores a surgir, mas sinto que estamos a melhorar aos poucos. Isto vai inspirar muita gente, não só no ténis. Fazer isto com mais de 40 anos vai inspirar pessoas por todo o mundo.”

Aproveitou ainda a conferência de imprensa para partilhar que foi durante o período pandémico que se conectou com práticas meditativas originárias da cultura indiana e vê a sua transformação como um divisor de águas: “A pausa durante a covid 19 acabou por me ajudar, estive quatro meses sentado em casa a pensar no que fazer. Foi aí que descobri o ioga, sempre existiu na Índia mas nunca tinha experimentado. Isso acabou por ter um grande impacto em mim, tornou-me mais calmo dentro de court, ajuda-me a estar mais focado e a não sentir pressa. Senti uma mudança.”

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