Pedro Araújo sobrevive a epopeia de match points e 3h28 rumo ao quadro principal do Maia Open

MAIA — Com muita emoção à mistura, Pedro Araújo venceu o braço de ferro português com Rodrigo Fernandes depois de um encontro com 3h28 e match points para ambos os lados e ficou com a última vaga no quadro principal de singulares do Maia Open.

O lisboeta de 21 anos tinha assumido o favoritismo para o inédito embate com o compatriota bracarense, quatro anos mais novo, e depois de muito lutar conseguiu confirmá-lo graças aos parciais de 6-3, 6-7(1) e 7-5.

O duelo ganhou contornos épicos quando Fernandes anulou três match points consecutivos no segundo set, que acabou por vencer no tie-break — uma vez mais a roçar a perfeição, tal como já tinha feito na véspera para assinar a melhor vitória da carreira.

Destemido e sempre com mais iniciativa apesar das claras dificuldades físicas (continua com febre) apresentadas sobretudo durante o parcial inaugural, o jovem de Braga contou novamente com muito apoio do público e demonstrou as qualidades que o adversário lhe elogiara na véspera: a solidez do fundo do court e a atitude destemida perante jogadores mais experientes.

Depois de estar “encostado às cordas” com uma desvantagem de 3-6 e 2-5 no marcador, a boa atitude recompensou Fernandes — o atual campeão nacional de sub 18 — com a conquista de nove dos 11 jogos seguintes e colocou-o numa posição muito favorável para chegar pela primeira vez ao quadro principal de um Challenger. No entanto, na hora da verdade o mais novo dos dois portugueses sentiu a importância do momento, tornou-se mais impaciente e elevou o número de erros, o que permitiu a Araújo voltar a acreditar e recuperar o foco para inverter o rumo do marcador.

O encontro desta segunda-feira ditou o fecho de uma reta final de ano inesquecível para Rodrigo Fernandes, que ainda com 16 anos conquistou o primeiro título internacional de sub 18, depois o Campeonato Nacional do mesmo escalão ainda o primeiro ponto ATP, numa campanha que prolongou até aos quartos de final. Mais recentemente, só parou nos quartos de final do Campeonato Nacional (com vitórias sobre o vice-campeão e o campeão de 2022), antes de regressar à terra batida para assinar uma vitória dourada na Maia.

Quanto a Pedro Araújo, “furou” pela primeira vez o qualifying de um torneio Challenger para garantir a 12.ª presença em quadros principais (as anteriores como wild cards) — terceira na Maia, primeira em 2023. E nem teve de esperar para ficar a saber que terá como próximo adversário o bom amigo Jaime Faria.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share