VALE DO LOBO – Jaime Faria somou o segundo triunfo da segunda semana em Vale do Lobo e garantiu novamente uma vaga nos quartos de final, neste caso às custas de Patrick Schoen, invertendo uma desvantagem inicial para prevalecer por 5-7, 6-3 e 6-2.
O embate de 2h24 minutos foi mais difícil do que aparentava, visto que o atual número sete nacional (418.º) media forças com um tenista fora do top 1000 (1245.º). No entanto, o início avassalador do português de 20 anos (4-1) fazia antever um dia relativamente tranquilo para Faria, mas uma paragem médica do suíço de 18 anos que treina nas Caldas da Rainha (na Felner Academy, ainda que esta semana orientado por Pedro Pereira) mudou o rumo do primeiro parcial.
O quinto cabela de série ficou nervoso, lidou mal com a paragem e viu o opositor crescer e impor-se na reta final do set. Faria precisou de puxar dos galões, aceitar nova recuperação de Schoen em meados do segundo parcial, para confirmar as credenciais e rumar à antepenúltima fase da competição, mesmo num dia algo desinspirado e uns furos abaixo no capítulo do serviço.
“Não foi nada fácil. Consegui dar a volta a um encontro que não estava a ser muito bem conseguido e isso é bom. Mas há muita coisa a melhorar. Entrei bem, só que depois houve uma série de acontecimentos que me deixaram um pouco fora, o que não pode acontecer. Não vou estar aqui a dar desculpas, tenho de saber lidar melhor com essas situações”, sublinhou.
A presença nos quartos de final é uma repetição da primeira semana em Vale do Lobo para Jaime Faria (na altura desistiu no início do segundo set, face ao amigo Henrique Rocha, devido a uma lesão na perna esquerda) e a 11.ª ocasião que atinge essa fase na presente temporada, sétima consecutiva em provas do circuito ITF.
“Quero continuar e desbloquear mais meias-finais e depois, consequentemente, finais. Quero continuar a ganhar pontos”, apontou quando questionado sobre a regularidade que tem apresentado.
Para atingir a sexta meia-final de 2023 (5-4 em torneios ITF e cedeu nos quartos de final do Challenger de Braga), Faria terá de superar um dos jogadores mais cotados do quadro: o britânico Paul Jubb, que apesar de estar no posto 894.º já foi 196.º e tem no palmarés um troféu no circuito secundário.
“Tenho de assumir o favoritismo pelo ranking, mas ele é um jogador que pode chegar aqui e ganhar a qualquer um. Já o conheço, inclusive já jogou contra um dos meus treinadores, o Pedro Sousa. Vou falar com ele e retirar o máximo de coisas para não ser surpreendido. Sei que tem uma direita inside in muito boa, responde bem. A esquerda é sólida. Tem uma base muito sólida de fundo do campo porque é bom tanto do lado direito como do lado esquerdo. Há coisas que posso explorar. O serviço é bom, mas dá para atacar o bem o segundo. Vamos ver amanhã”.
Vindo de duas operações esta época e de uma descida de quase 600 lugares na hierarquia masculina, o tenista de 24 anos (duas vezes campeão em 2021 em duas provas ITF de Sintra e finalista nesse mesmo ano em Portimão) bateu o compatriota George Loffhagen (352.º e quarto favorito ao título) por duplo 6-3.
O britânico abriu um pouco o livro em realção ao duro ano de 2023, numa entrevista na qual mostrou ambições de superar o que alcançou antes das lesões no tornozelo e no pulso. Sem grandes previsões quanto a objetivos, o jogador natural de York sabe que é sempre um dos favoritos em provas ITF, mas o maior foco está em recuperar o ritmo competitivo e, claro, manter-se afastado do calvário recente.
Jaime Faria e Paul Jubb vão defrontar-se pela primeira vez.