O calendário de John Isner já dava a entender que o norte-americano estava a preparar a despedida dos courts e o anúncio dos últimos dias confirmou-o, mas esta terça-feira ainda houve tempo para somar pelo menos mais uma vitória na sua casa principal, o US Open, da qual iniciou a despedida com uma exibição autoritária.
Atualmente no 157.º lugar do ranking mundial, o “gigante” de 2,08 metros ultrapassou o argentino Facundo Díaz Acosta (94.º) em três partidas, por 6-4, 6-3 e 7-6(1), num encontro em que tirou proveito da sua maior arma, o serviço, para não só disparar 11 ases como, acima de tudo, não enfrentar qualquer ponto de break.
A vitória desta terça-feira foi apenas a 10.ª do ano para Isner, que no final do duelo teve direito a uma homenagem em pleno court, com a presença do filho no momento de proferir algumas palavras para o público.
Ex-número oito mundial e campeão de 16 torneios do circuito principal, todos nos Estados Unidos da América à exceção dos dois que venceu em Auckland (Nova Zelândia) e com destaque para o ATP Masters 1000 de Miami em 2018, John Isner foi o melhor tenista masculino dos EUA desde a retirada de Andy Roddick.
Para além de uma carreira que fez dele parte da elite do circuito mundial masculino durante cerca de uma década, e que nos torneios do Grand Slam se refletiu numa meia-final (Wimbledon 2018) e em dois quartos de final no US Open (2011 e 2018), entrou para a história ao vencer o encontro mais longo de sempre: 11h05 foi a duração do braço de ferro titânico contra Nicolas Mahut na primeira ronda de Wimbledon, iniciada a 22 de junho e concluída apenas no dia 24, graças aos parciais de 6-4, 3-6, 6-7(7), 7-6(7) e… 70-68 — um encontro que esteve na origem da abolição da diferença de dois jogos na quinta partida, entretanto substituída universalmente por um tie-break até aos 10 pontos nos quatro torneios do Grand Slam.
Para além desse duelo, Isner fez parte de um outro que também intensificou as discussões sobre o formato do desporto, desta vez na pele de derrotado: 7-6(6), 6-7(5), 6-7(9), 6-4 e 26-24 foram os parciais da vitória de Kevin Anderson nas meias-finais de Wimbledon 2018 após 6h36 — este disputado num só dia, mas com efeitos significativos na condição física do sul-africano na final.
De volta ao US Open e à campanha que ainda tem por concluir, John Isner terá como adversário na segunda ronda o compatriota Michael Mmoh (89.º), que surpreendeu o 11.º cabeça de série e semifinalista de 2022, Karen Khachanov, por autoritários 6-2, 6-4 e 6-2.