23 horas, 0 minutos e nem mais um segundo: as regras de Wimbledon são claras e dizem que no All England Club não se pode jogar a partir do momento em que o relógio assinala a entrada na última hora do dia, condição imposta pelo bairro no ano de 2009, quando a inauguração da cobertura amovível no Centre Court passou a permitir a realização de encontros para lá do pôr do sol, por tratar-se de uma zona residencial.
Por Gaspar Ribeiro Lança, em Wimbledon
Andy Murray e Stefanos Tsitsipas começaram, por isso, uma corrida contra o tempo quando, às 19h30, pisaram a relva do palco principal para disputarem o mais aguardado dos encontros da segunda ronda.
E foi, de facto, o tempo a interromper aquele que cedo se tornou num dos melhores encontros dos quatro primeiros dias.
No único torneio do Grand Slam onde não é permitido jogar-se pela madrugada dentro, o britânico e o grego precisaram de duas horas para dividirem as duas primeiras partidas.
Nesse momento, com um tie-break a sorrir a cada jogador, soube-se que, salvo acontecimentos dramáticos e indesejados, a ação seria inevitavelmente interrompida pelo recolher obrigatório.
E o momento chegou às 22h39: Murray tinha acabado de agarrar uma vantagem de dois sets a um, graças aos parciais de 6-7(3), 7-6(2) e 6-4, quando o juíz-árbitro Gerry Armstrong entrou em campo para expôr a situação aos dois jogadores e ambos concordaram em interromper a ação entre parciais, em vez de continuarem em campo por um máximo de 20 minutos.
O resto ficará para sexta-feira, uma jornada recheada que no Centre Court voltará a ficar muito apertada…