OEIRAS — Chegou ao Oeiras Ladies Open como de nove jogadoras do top 100 na prova, ainda que sem grande confiança pelas pacas vitórias nos últimos dois meses. Ainda assim, fazendo jus ao seu estatuto, Danka Kovinic superou um duro quadro para arrecadar o maior torneio feminino em Portugal desde 2014 e amealhar o quinto torneio da categoria de 100.000 dólares. A confiança voltou e agora já olha para o regresso às 50 melhores da hierarquia e aos primeiros títulos no WTA Tour.
“Obviamente sinto-me muito bem, a semana foi toda muito boa. O meu nível também foi alto e não tive muitos altos e baixos durante os encontros”, começou por comentar a melhor tenista de Montenegro de todos os tempos em conferência de imprensa nos minutos posteriores ao primeiro título de 2023.
Apenas com uma vitória nos seis encontros anteriores à chegada a Portugal, Danka Kovinic jogou a competição com o intuito de ganhar confiança e rodagem para a temporada de terra batida. O objetivo foi mais do que alcançado, até pela dificuldade da caminhada – os triunfos sobre Oceane Dodin, Eugenie Bouchard (antiga top cinco WTA), Marie Bouzkova (primeira cabeça de série), Sara Sorribes e Rebeka Masarova na final atestam a dimensão do feito. “Não me lembro, para ser sincera, de ganhar um torneio após bater um grupo tão forte de grandes jogadoras e tão bem classificadas, sobretudo num 100k. Penso que foi muito difícil para toda a gente porque havia muito boas jogadoras e é por isso que este troféu também é especial, porque desde a primeira ronda tive de jogar o meu melhor para superar todas as adversárias, não houve espaço para jogar com altos e baixos ou cometer alguns erros”.
Com um penta de torneios da categoria mais alta do circuito ITF e três finais perdidas no WTA Tour, a tenista de 28 anos sabe perfeitamente qual o passo que se segue. “Tenho nível para ganhar um torneio WTA, mas infelizmente por alguma razão nas finais a sorte não esteve do meu lado. Se tudo correr bem este ano ou enquanto ainda jogar terei a oportunidade de ganhar um torneio WTA e também de melhorar o meu ranking“, apontou.
Antiga 46.ª WTA, Kovinic vai regressar ao top 60 nesta segunda-feira, dia em que já terá um compromisso na fase de qualificação do WTA 1000 de Madrid. “Pronta para lutar com qualquer uma” depois do regresso ao trilho do sucesso, a quinta cabeça de série deste Oeiras Ladies Open entrou com o pé direito na parte da temporada na qual tem mais sucesso (todo o seu currículo, com exceção de uma final WTA, tem como base a terra batida) e tem agora a confiança que tinha perdido, isto depois de um início de ano no qual somou uma meia-final e uns quartos de final na categoria principal do ténis feminino.
Com um “troféu muito bonito para levar para o novo apartamento”, Danka Kovinic espera regressar a Portugal, nesta que foi a sua primeira passagem pelo nosso país desde os tempos juvenis. Sobretudo se o torneio for promovido, desejo não só da montenegrina como da organização do torneio. “Os courts são bons, há mais do que suficientes para treinar e organizar até mesmo dois torneios como agora, combinados, por isso espero e desejo que o torneio cresça, pelo menos um WTA 125 acho que merecem porque há outros torneios até maiores que não têm condições tão boas e organizados tão bem quanto este. Há definitivamente uma oportunidade para este crescer se for o que pretendem”.