OEIRAS – Muito se tem falado da maior dispersão do poder no circuito feminino. Depois de Iga Swiatek ter arrasado a concorrência em 2022, a presente temporada tem criado várias rivalidades interessantes e os maiores títulos do ano foram partilhados por diferentes jogadoras, sempre com um grupo restrito na luta por esses troféus. Para já, Maria Sakkari, uma das jogadoras mais regulares da WTA (é top 10 consecutivamente desde Setembro de 2021), tem ficado nas fases anteriores às decisões, mas pede mais atenção pelos seus feitos e reafirma a confiança no poderio do seu ténis.
“Há muitas pessoas que se esquecem que sou top 10 há quase dois anos. Sou uma de três jogadoras que jogou o WTA Finals nos últimos dois anos, só eu, a Iga [Swiatek] e a Sabalenka, e isso dá-me muita esperança. Sou uma jogadora que perdura na temporada, muitas ficam cansadas no final do ano, mas eu não. Sou número nove agora, mas a época passada era número três, terminei a número seis, acho que posso fazer bem melhor este ano. Não tenho quase nada a defender até à semana de Guadalajara [Outubro] e posso regressar ao ranking da temporada passada“, observou em conferência de imprensa no Complexo de Ténis do Jamor, onde devido ao facto de estar adoentada tem apenas apoiado a equipa grega na Billie Jean King Cup.
Sobre 2023, a ateniense não se mostrou encantada – alcançou três meias-finais, ou quatro como fez questão de salientar se incluirmos a United Cup, prova coletiva – , mas também está longe de estar alarmada ou sem confiança. “Não foi o começo ideal. Indian Wells foi um grande torneio porque cheguei às meias-finais depois da final da temporada passada. Há jogadoras que começaram melhor do que eu, mas agora chega a parte da temporada na qual não estive bem em 2022 e estou a gostar do meu ténis, antes de ficar doente estava a jogar bem, estava bem fisicamente. Acho que coisas boas vão acontecer este ano”, alertou.
Maria Sakkari somou somente 13 triunfos em 26 duelos em 2022 desde a final de Indian Wells até ao término do US Open, pelo que a margem para subir na hierarquia é, de facto, muita. Para já, o maior foco é voltar a estar totalmente apta para o início da temporada individual de terra batida, que será em Estugarda “só se estiver a 150% porque é o torneio mais difícil da temporada”.
Antiga semifinalista em Roma e Roland-Garros, Sakkari quer “fazer melhor temporada de terra batida do que em 2022”, na qual só somou quatro vitórias. E quer ir “longe nos torneios do Grand Slam”, nos quais atingiu duas vezes as meias-finais (além de Paris, também em 2021 no US Open). E mesmo que somente tenha um título na carreira (Rabat, da categoria 250), um péssimo recorde em meias-finais (sete ganhas em 28 disputadas) e haja jogadoras na ribalta como Sabalenka, Rybakina, Swiatek, Kvitova, Pegula ou Krejcikova, a grega é a segunda mais antiga dentro da elite das 10 melhores e não quer ser arredada da luta pelos maiores troféus do circuito feminino.