Com a manutenção assegurada, Portugal vai “continuar a sonhar” na BJK Cup

Sara Falcão/FPT

OEIRAS – 1, 2, 3. Três dias, três eliminatórias, três vitórias da seleção nacional na Billie Jean King Cup, Grupo II da zona Europa/África, competição que vai decorrendo no Complexo de Ténis do Jamor. E se os triunfos frente a Israel e Malta praticamente asseguraram o objetivo mínimo da manutenção, o sucesso desta quarta-feira face à congénere da Bósnia e Herzegovina garantiu boas possibilidades de marcar presença no encontro de promoção do próximo sábado, já que os dois primeiros lugares na Pool A estão muito bem encaminhados.

A terceira vitória foi a mais difícil da semana, isto porque a eliminatória foi somente sentenciada no derradeiro encontro de pares depois da derrota no duelo inaugural. O alívio andou de mãos dadas com a felicidade na conferência de imprensa posterior à conquista por 2-1.

“Foi bem difícil. Começámos com um jogo abaixo, a [Dea] Herdzelas é uma jogadora com muito bom nível, sabe o que fazer e sabe desmontar as jogadoras. A Inês fez de tudo para contrariar o jogo de xadrez, mas não conseguiu. Voltámos a reunir forças para o jogo da ‘Kika’ e após estar set abaixo consegui, de alguma forma, ajudá-la a montar um plano de jogo para a deixar um pouco mais lúcida. O segundo set foi preponderante e apesar de alguns nervos à mistura no terceiro já estava muito por cima do encontro e acabou a jogar de uma forma muito boa. No par o resultado está à vista, estas duas meninas [Francisca Jorge e Matilde Jorge] têm muito nível e têm um futuro risonho juntas. Mas volto a dizer: elas são competentes nos singulares e tanto nos singulares como nos pares têm um nível bastante alto”, analisou a capitã Neuza Silva, que chegou a ser 133.ª do ranking WTA e disputou, como jogadora, em 2010, a última eliminatória caseira para a seleção portuguesa.

Para o sucesso mais saboroso da semana foi essencial o triunfo de Francisca Jorge, que empatou o confronto com a Bósnia Herzegovina ao bater Nefisa Berberovic depois de ceder o parcial inaugural. E a reviravolta contou com uma ajuda da capitã. “Sabia que tinha de ganhar o meu encontro para nos mantermos na eliminatória e senti um pouco os nervos, mas com o apoio da Neuza mantive-me lúcida e não pensei muito no resultado em si, procurei o meu jogo e trabalhei para anular o que a adversária me estava a magoar. Consegui na luta, no crer, apoiada pela equipa, pelo público que hoje se notou mais, e tudo isso fez a diferença porque se acreditam em mim eu também tenho de acreditar. Devo orgulhar-me de ter ido buscar forças onde sentia que não tinha”, comentou, satisfeita igualmente com a maior presença de público nos três dias. “Todo o apoio que estava a sentir começou a manifestar-se positivamente em mim. Comecei a ouvir mais a minha equipa. Foi importante ter este apoio, sentir que estamos a jogar em casa”.

Segue-se um dia de “descanso ativo” e também de alguma análise à seleção grega, que joga esta quinta-feira frente à Bósnia e Herzegovina, muito provavelmente ainda sem a grande estrela Maria Sakkari – a número nove mundial não treina há uma semana porque tem estado adoentada, apesar de estar a acompanhar a equipa. “Vamos enfrentar a equipa que tem as jogadoras com melhor ranking, mas vamos enfrentá-las de frente, vamos fazer de tudo para contrariar o nível delas. Amanhã vamos descansar, o que é ótimo porque os dias são longos e exigentes física e mentalmente, vamos refrescar as ideias e vamos continuar a sonhar, agora que temos a manutenção assegurada”.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share