Um ano após ter sido deportado, o sérvio Novak Djokovic conquistou, este domingo, o 10.º título de campeão do Australian Open e o 22.º em torneios do Grand Slam, registo que lhe permitiu igualar o recorde de Rafael Nadal.
Tal como em cinco dos seis encontros anteriores, o jogador de Belgrado não cedeu sets a caminho da vitória, assinada com os parciais de 6-3, 7-6(4) e 7-6(5) contra o grego Stefanos Tsitsipas — o mesmo adversário que já tinha superado na final de Roland-Garros 2021.
A final deste domingo não correspondeu às expetativas: à semelhança do que aconteceu nas rondas que antecederam a decisão, e em particular nas últimas três, já menos afetado pela lesão na coxa esquerda que chegou a colocar em dúvida a sua participação, Djokovic apresentou-se a um nível muito próximo do melhor da carreira; mas, em sentido oposto, Tsitsipas esteve longe do rendimento dos duelos anteriores, em particular com uma pancada de direita afetada, que falhou nos momentos mais importantes e foi pouco agressiva, deixando evidentes as dificuldades que lhe são conhecidas na resposta e, sobretudo, uma incapacidade surpreendente de variar o jogo.
No entanto, a final esteve perto de ser resolvida em mais do que três sets. Isto porque, apesar de ter ficado longe do seu melhor, Tsitsipas conseguiu elevar o nível no decorrer da segunda partida e aproveitou uma ligeira quebra de rendimento de Djokovic para lutar de igual para igual com o sérvio. O grego chegou a ter um set point, mas foi demasiado passivo, permitiu que a decisão chegasse ao tie-break e no tira-teimas teve uma quebra de rendimento abismal, com cinco erros não forçados a fecharem a porta a outras aspirações.
Com Djokovic de regresso ao court após uma ida aos balneários que se prolongou por cerca de oito minutos, Tsitsipas conseguiu, ao cabo de 1h58, celebrar a sua primeira (e única) quebra de serviço da final. Mas a liderança do grego no terceiro parcial foi sol de pouca dura, dado que o adversário foi rápido a responder. O equilíbrio manteve-se como nota dominante até ao final, quando num novo tie-break a experiência voltou a falar mais alto e o encontro chegou ao fim.
Aos 35 anos, Novak Djokovic sagrou-se campeão do Australian Open pela 10.ª vez na carreira e concluiu um mês “de sonho” naquele país, onde já tinha ganho o ATP 250 de Adelaide, três semanas antes, depois de anular um match point na final contra Sebastian Korda.
Assim, o tenista de Belgrado igualou o recorde de Rafael Nadal em torneios do Grand Slam (22) pela segunda vez na carreira, desta vez já com o registo de Roger Federer (20) para trás. Tal como eles, também a alemã Steffi Graf ergueu 22 troféus de campeã a este nível ao longo da carreira, número só superado pelos 23 que Serena Williams venceu e pelos 24 que, antes e já durante a Era Open, a australiana Margaret Court conquistou.
A quinzena dourada em Melbourne também permitiu a Djokovic assegurar o regresso à liderança do ranking ATP na segunda-feira, dia em que dará início à 374.ª semana como número um mundial — já detinha o recorde no circuito masculino e, assim, colocou-se numa excelente condição para passar a deter o recorde absoluto (Graf liderou o ranking WTA por 377 semanas).