Entre as sapatilhas compradas e a paixão por Portugal, Neuchrist separa Borges da final caseira e quer estragar-lhe a festa

Sara Falcão/FPT

MAIAMaximilian Neuchrist é austríaco, mas já viveu em Portugal, tem uma namorada portuguesa e assume-se como um apaixonado pelo país que escolheu para a última semana da temporada. Uma semana que, por sinal e de forma inesperada, se transformou na melhor dos últimos anos — e que espera concluir com aquele que seria um balde de água fria para o cabeça de cartaz, Nuno Borges, o seu adversário nas meias-finais do Maia Open marcadas para sábado.

“Estou um pouco cansado, mas muito feliz por estar nas meias-finais”, desabafou, com a calma e o cansaço a dividirem o palco com o entusiasmo após resistir a mais uma batalha: venceu o britânico Jan Choinski (268.º) por 6-7(6), 6-3 e 6-4 em 2h27, um dia depois de ter ganho a Timofey Skatov em 3h32 na batalha mais longa do torneio.

“O meu percurso começou de forma atribulada porque tive de salvar um match point na segunda ronda do qualifying, mas consegui superar esse obstáculo. Isto acontece muitas vezes: estás no limite e depois acabas por conseguir continuar”, acrescentou Neuchrist, que chegou à Maia sem grandes expetativas.

“Venho de uma série de torneios em piso rápido que me fez viajar um pouco por todo o mundo. Passei três semanas e meia na Coreia do Sul, depois fiquei uns dias na Europa antes de ir direto ao Canadá para jogar mais dois torneios e de lá vim para a Maia. Nem sapatilhas de terra batida tinha”, contou entre sorrisos.

A deslocação a uma conhecida loja de material desportivo não foi novidade — já há três anos, quando disputou o primeiro Maia Open, fez o mesmo. Mas traduziu a descontração com que o jogador de 31 anos olha para uma campanha que o tem surpreendido a cada dia que passa e que entretanto lhe permitiu igualar o melhor resultado da carreira em singulares, bem como assegurar uma subida de meia centena de posições no ranking.

E agora que lhe tomou o gosto, Maximilian Neuchrist não pensa em fazer já as malas. Mesmo se o próximo encontro é sinónimo de porventura o maior desafio possível esta semana, não fosse o adversário seguinte o favorito do público e do torneio. “Estou à espera de um jogo chapado e agressivo. Conheço-o bem. Nunca jogámos juntos, mas já treinámos várias vezes, inclusive no início desta semana”, considerou sobre o ténis de Nuno Borges, a quem também espera criar dificuldades: “Tenho um bom serviço e um ténis perigoso, por isso acho que consigo perturbar o jogo dele com as minhas pancadas ofensivas e espero torná-lo num encontro equilibrado.”

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