A caminho das 20 participações, José Ricardo Nunes continua a celebrar vitórias no Campeonato Nacional Absoluto

Sara Falcão/FPT

OEIRAS — Os anos passam e a idade torna-se, cada vez mais, um desafio, mas José Ricardo Nunes continua a sentir paixão pela competição e não resiste em fazer parte do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, torneio que descreve como “um dos grandes objetivos da época” e no qual voltou a inscrever o nome entre os quartofinalistas de singulares. Aos 36 anos, esta é a 19.ª participação, sempre no quadro principal.

A história do algarvio na prova mais importante do calendário tenístico nacional começou em 2004, ano em que se sagrou campeão nacional de sub 18 e recebeu um wild card para o quadro principal do absoluto, organizado em Porto Santo.

Está, por isso, a uma participação de chegar às duas dezenas e a campanha de 2022 já o surpreendeu: “Não estava de todo à espera de voltar aos quartos de final, mas é a grande vantagem de ser um dos cabeças de série. Não jogo a primeira ronda e em princípio não apanho logo os grandes candidatos”, explica já depois de ter derrotado Ricardo Ramos por 6-0 e 6-3.

Nos quartos de final segue-se um adversário mais difícil, Fábio Coelho, que esta quarta-feira derrotou o “mentor” Fred Gil e assim garantiu que no sábado haverá um campeão nacional absoluto inédito. José Ricardo Nunes sabe que terá pela frente um obstáculo de outro calibre, mas chega-se à frente: “Sei perfeitamente que terei poucas hipóteses, mas se ele não estiver num bom dia eu vou aproveitar e não lhe vou dar nada.”

“Muito orgulhoso” por ter o nome nas últimas 19 edições do Campeonato Nacional Absoluto, o tenista de Faro destaca “o facto de nunca ter tido grandes lesões e também ter considerado sempre como um objetivo jogar todos os campeonatos nacionais da Federação Portuguesa de Ténis desde os sub 12… e todos os quadros, desde singulares a pares masculinos e pares mistos.”

Essas são, aliás, as variantes nas quais obteve mais sucesso — foi campeão de pares masculinos em 2006, com João Ferreira, e vice-campeão em 2008 (com o mesmo parceiro) e 2012 (ao lado de Ricardo Jorge; e nos pares mistos já participou em 10 finais, das quais venceu cinco: em 2009 e 2010 com Ana Claro, em 2011 com Bárbara Luz Medeiros, em 2017 com Cláudia Gaspar e em 2018 com Matilde Jorge.

Mas também em singulares deixou a sua marca, com três meias-finais. A última delas na edição de 2017 que foi ganha por João Sousa, na Beloura Tennis Academy, e que é um dos três momentos que destaca como mais especiais ao longo de todo este percurso, a par do primeiro título nacional absoluto, com João Ferreira em 2006, e o título em pares mistos ao lado de Matilde Jorge, em 2018, por ter acontecido quando a jovem vimaranense tinha apenas 14 anos.

Treinador-jogador, assim se descreve, e “com a competição no sangue”, José Ricardo Nunes tem quase sempre a raqueta na mão, mas também o calendário e a calculadora. Tudo de forma a conciliar os treinos que orienta no Centro de Ténis e Padel de Faro com o circuito nacional senior de ténis com o de veteranos e ainda o de padel, isto ao mesmo tempo que tenta cumprir vários objetivos.

“Neste momento sou o número um nacional de ténis em veteranos e de padel em veteranos. No início do ano também fui o número um nacional de seniores e com este resultado pode ser que ainda consiga regressar lá e fazer a tripleta”, diz entre vários sorrisos. Depois, faz referência a outro grande objetivo: “Quero ser campeão nacional de veteranos, mas o Fred Gil não me tem deixado. (risos) Pode ser que quando ele chegar aos 40 anos já não jogue o quadro de +35.”

Mas para já… o Campeonato Nacional Absoluto, ao qual promete tentar voltar em 2023 para celebrar uma histórica 20.ª participação consecutiva.

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