LISBOA – Gonçalo Oliveira anunciou recentemente que ia dar menos foco à variante de pares, mas o certo é que este sábado conquistou o 14.º troféu da carreira no ATP Challenger na 31.ª final disputada. Ao lado do amigo checo Zdenek Kolar, o portuense de 27 anos amealhou o segundo título no Del Monte Lisboa Belém Open em três finais jogadas.
“Estou contente com os números e espero que cresçam. Este é um torneio especial para mim, foi aqui que tudo começou nos Challengers. Tive a minha oportunidade com o [Fred] Gil, fizemos final e ainda hoje olho para trás e guardo essa semana com carinho”, recordou, aludindo a 2017, data da primeira edição do torneio do CIF. Depois disso, apenas competiu na variante nesta competição em 2018 e 2020, neste último ano vencendo o troféu maior ao lado de Roberto Cid Subervi, numa final onde um dos derrotados foi o parceiro de hoje.
Uma história que se iniciou em 2017 e que passou por vários títulos um pouco por todo o mundo e com vários parceiros diferentes. Com Zdenek Kolar já tinha disputado duas finais em 2018, mas o checo entra para o lote dos 13 tenistas distintos com que o Oliveira triunfou no ATP Challenger Tour nas 14 conquistas.
“Somos bons amigos. Entendemo-nos bem, conhecemo-nos há muito tempo. Acho que nos conhecemos num ITF na Alemanha, tínhamos uns dois anos (risos). Sabemos os pontos fortes e fracos um do outro, somos agressivos e fazemos uma boa dupla”, refletiu o português, que não contava jogar na variante esta semana. “Ele mandou-me mensagem na sexta a perguntar se queria jogar, eu hesitei porque não queria ficar toda a semana. Mas no sábado perguntei se ele sempre queria jogar e disse que a jogar só jogaria se fosse com ele. Na primeira ronda não me senti muito à vontade porque já não jogava pares há bastante tempo. Mas fui ganhando ritmo e estamos muito contentes”.
E a verdade é que o ritmo se traduziu num caminho sinuoso trilhado com distinção. Na ronda inaugural, Oliveira e Kolar bateram os campões do Braga Open (Vit Kopriva e Jaroslav Pospisil), nas meias-finais os primeiros cabeças de série (Manuel Guinard e Luis David Martinez) e na final os segundos favoritos (Vladyslav Manafov e Oleg Prihodko). “Era complicado ter um quadro mais difícil”, apontou o jogador da casa.
Para Zdenek Kolar – que tal como o parceiro também cedeu na ronda inaugural dos singulares, mas tem por hábito ser bem-sucedido nos pares – este foi o 17.º troféu na variante, quarto da temporada e segundo em Portugal (a juntar ao Oeiras Open em singulares, em 2021), depois do Maia Open de 2020. “Já não jogávamos nem nos víamos há muito tempo. Há alguns anos perdemos duas finais juntos, mas esta semana jogámos muito bem e estou muito feliz por termos ganho o nosso primeiro título juntos no país do Gonçalo”, referiu o checo.