Vasco Mensurado sagrou-se Campeão Nacional Absoluto em 2012 e participou no quadro principal do US Open de júniores, mas em 2013 pretende dedicar-se única e exclusivamente a torneios seniores. O Ténis Portugal falou com o jogador português de apenas dezoito anos, que entre outros assuntos abordados deixa ainda conselhos aos mais novos.
– As suas primeiras semanas de competição foram no circuito júnior mas, à medida que a temporada se desenvolveu, participou também em torneios sénior. Foi uma decisão previamente tomada ou decidiu já em 2012? Como se desenvolveu todo o processo de alternância entre os dois circuitos e com que objectivos concretos?
Bem a decisão já tinha sido tomado previamente em 2011, mas com a lesão que no inicio do ano me impediu de jogar os primeiros meses de 2012 tive de alterar um pouco o calendário e os objectivos, dando mais importância ao circuito júnior com o intuito de jogar os Grand Slams neste circuito.
– Chegou a duas meias-finais em torneios juniores e ainda a dois quartos-de-final e terminou a temporada no 83º lugar. Estes resultados servem de rampa de lançamento para mais uma época no circuito júnior ou pretende focar-se a 100% no sénior e tentar somar mais vitórias?
Esses resultados foram importantes na minha carreira mas após o US Open de juniores dediquei me exclusivamente ao circuito sénior e assim continuarei neste ano 2013.
– Isto porque, em torneios seniores, somou nove vitórias em dez eventos, um saldo bastante positivo. Qual é o seu objectivo a nível sénior para 2013?
Em 2013 os objectivos de inicio de ano são ganhar os primeiros pontos e a partir daí começar a subir no ranking ATP o mais rapidamente possível.
– Quanto à adaptação, sente que é mais difícil progredir enquanto jogador em Portugal, um país com poucos torneios de nível superior e onde, apesar da melhoria dos resultados internacionais, existe ainda claramente uma falta de apoio aos atletas de alta competição?
A falta de apoio é de facto uma grande dificuldade para os jogadores em Portugal mas apesar de tudo ainda sinto que há condições para progredir no país.
– Fechou a temporada no circuito ITF com a vitória na fase de qualificação do US Open. Para si, chegar ao quadro principal de um torneio do Grand Slam era uma meta a atingir em 2012? Como viveu toda essa experiência?
Jogar um torneio do Grand Slam era uma meta a atingir em 2012 e foi bom para a minha evolução como jogador ter essa experiência.
– Simultaneamente, passava a primeira ronda do quadro principal de pares, com o belga Julien Cagnina, e apenas foi derrotado na segunda eliminatória por Kyle Edmund e Frederico Silva, futuros campeões da prova. Foi especial defrontar um compatriota, ainda que em pares, num torneio do Grand Slam? O que ‘retira’ desta experiência?
É sempre especial jogar contra um compatriota e foi um jogo particularmente disputado. Acabámos por perder e só tenho de dar os parabéns ao Fred pelo bom torneio de pares que fez.
– De facto, somou vários triunfos na vertente de pares ao longo de todo o ano. Pretende continuar a apostar nesta variante nos próximos anos?
Sim, certamente continuarei a apostar na variante de pares nos próximos anos.
– Depois da fase positiva em Flushing Meadows, sagrou-se Campeão Nacional Absoluto de Singulares masculinos, num torneio em que derrotou os dois primeiros cabeças de série nas duas últimas rondas. Foi, na sua opinião, um passo importante na carreira, que lhe deu confiança para apostar no circuito profissional?
Foi de facto um passo importante na minha carreira ter o titulo de Campeão Nacional Absoluto e certamente vai me dar mais confiança e motivação para a entrada no circuito profissional.
– Por último, gostaria de deixar algumas palavras para os jogadores mais novos, que possam ambicionar vencer, um dia, o Campeonato Nacional?
Para o jogadores mais novos poderia dizer que o mais importante é terem muita vontade, ambição e acima de tudo divertirem se ao practicarem o desporto de que mais gostam.