Tudo começou com o sonho americano dos pais, mas agora é ele quem vive o seu próprio sonho: esta quarta-feira, Frances Tiafoe derrotou Andrey Rublev — por 7-6(3), 7-6(0) e 6-4 — e carimbou o apuramento para as meias-finais do “seu” US Open, as primeiras da carreira em torneios do Grand Slam.
Tal como Venus e Serena Williams, a quem tantas referências faz, também Frances Tiafoe era visto como um outsider. Mas tal como Venus e Serena Williams, também Frances Tiafoe contrariou as probabilidades. E se é verdade que já há mais de um par de anos está entrosado no circuito, também o é que nada do que tinha feito até esta quinzena se pode comparar ao que está a alcançar na Big Apple.
Dois dias depois de carimbar a maior vitória da carreira ao afastar Rafael Nadal (que até então registava 22 vitórias nos 22 encontros que realizou em “Majors” este ano), “Big Foe” não tremeu. Aliás, roçou a perfeição — com 45 winners apontados (contra 31 de Rublev), 87% de pontos ganhos com o primeiro serviço e zero pontos de break concedidos (salvou os quatro que enfrentou).
Chamar-lhe masterclass será elevar a outro capítulo a prestação de Tiafoe frente a Rublev, mas não por muito: o norte-americano de 24 anos superou-se e assim quebrou um recorde pessoal, chegando pela primeira vez na carreira às meias-finais de um torneio do Grand Slam e logo perante os seus compatriotas, com um Artur Ashe Stadium ao rubro e preenchido por mais de 23 mil espetadores.
Desde 2006 que não havia um homem norte-americano a inscrever o nome nas meias-finais de singulares do US Open (na altura foi Andy Roddick a fazê-lo). E para continuar a fazer história em Nova Iorque terá de superar mais um jovem muito talentoso: ou Carlos Alcaraz ou Jannik Sinner, que se defrontam na sessão noturna, não antes da 1h30 da madrugada em Portugal Continental.