Foi com a melhor reviravolta da quinzena e certamente uma das melhores da temporada que Cristian Garín carimbou o apuramento para os quartos de final de Wimbledon, uma campanha que já se traduz na melhor da carreira do chileno em torneios do Grand Slam.
Frente a frente com Alex de Minaur pela quarta ocasião, o chileno tinha perdido as primeiras sete partidas disputadas e esta segunda-feira viu essa série aumentar para nove, mas acreditou até ao fim e foi recompensado com uma reviravolta, que assinou com os parciais de 2-6, 5-7, 7-6(3), 6-4 e 7-6(6) após 4h35 de uma batalha que levou o No. 2 Court à loucura e na qual precisou de salvar dois match points quando serviu a 4-5 no derradeiro parcial.
Inicialmente, o chileno dificilmente estaria a contar ficar durante muito tempo em Londres, uma vez que o sorteio o colocou frente a frente com Matteo Berrettini (finalista em 2021 e vencedor dois dois torneios que disputou em relva antes de regressar a Wimbledon). Mas um teste positivo à covid-19 afastou o italiano da competição, oferecendo a Garin um quadro mais folgado (enfrentou o lucky loser Elias Ymer na primeira ronda, depois o francês Hugo Grenier e o norte-americano Jenson Brooksby) ao qual se agarrou com unhas e dentes.
Tal como fez esta segunda-feira. Longe de ser favorito, porque a relva está longe de ser a sua melhor superfície, mas também porque a forma em 2022 deixava algo a desejar e pela frente tinha um adversário “embalado”, Garin tinha dificuldades à sua espera e o começo do encontro confirmou-o, mas o tenista sul-americano nunca deixou de acreditar e acabou por assinar a primeira reviravolta de dois sets a zero nesta edição de Wimbledon.
Os quartos de final na relva do All England Club fazem dele o primeiro chileno a chegar tão longe num torneio do Grand Slam desde Fernando Gonzalez, no US Open de 2009, e deixam-no à espera do vencedor do encontro entre Nick Kyrgios e Brandon Nakashima, que começou um par de horas mais tarde no Centre Court.