Com sete dos oito primeiros classificados no ranking mundial em acção nos oitavos-de-final do ATP Masters 1000 de Indian Wells era difícil imaginar um elenco melhor. E foi precisamente no dia em que a jornada apenas terminou às duas horas da manhã na Califórnia que todos os embates dos quartos-de-final da vertente masculina ficaram definidos, oferecendo alguns encontros escaldantes entre os melhores jogadores da actualidade, de onde se destaca o que opõe Roger Federer a Rafael Nadal.
Com vinte e oito encontros disputados entre ambos até à data no circuito profissional, o suíço e o espanhol protagonizarão esta madrugada o vigésimo nono embate entre dois dos mais carismáticos atletas da actualidade, o primeiro em doze meses (data em que Federer, precisamente em Indian Wells, derrotou Nadal para avançar para a final do torneio).
E se Roger Federer precisou de três parciais para ultrapassar o seu compatriota Stanislas Wawrinka nos oitavos-de-final, num encontro em que esteve longe do seu melhor, Rafael Nadal também não teve uma tarefa nada fácil, dado que perdeu o primeiro set para o qualifier Ernests Gulbis. Contudo, o momento que os jogadores atravessam é tudo menos semelhante: enquanto Federer disputou todos os torneios de maior importância até agora na temporada, vindo rodado de dois meses longos em piso rápido, Nadal regressa à competição depois de uma longa ausência e, apesar da boa entrada nos torneios sul-americanos de terra batida (onde venceu dois títulos e chegou a uma outra final), faz a sua primeira aparição num torneio oficial em piso rápido desde Miami, há praticamente um ano.
Contudo, as vitórias suadas para chegarem aos quartos-de-final não retiram quaisquer características positivas e atractivas ao encontro desta madrugada, que promete ser uma grande batalha e oferecer um excelente serão a quem, em Portugal, adiar o sono.
Nadal lidera frente-a-frente com Federer por 18-10
Os preparativos e ambições para o jogo são, também eles, distintos: Roger Federer tem como objectivo derrotar o espanhol e avançar para as meias-finais, dando um passo importante rumo à importante revalidação do título (que, caso aconteça, marcará a primeira conquista do suíço na temporada), enquanto Nadal encara o torneio sem qualquer preocupação com os resultados obtidos e com apenas um objectivo, o de ganhar ritmo em piso rápido antes de regressar ao pó de tijolo – como o próprio frisou por diversas vezes nas últimas semanas.
À descontracção com que entrará em campo adiciona-se a clara vantagem no confronto directo entre ambos: apesar de ter perdido o último encontro que disputou frente a Federer, Nadal lidera por 18-10, com vinte e seis desses vinte e oito encontros a terem sido disputados ou em meias-finais ou em finais, pelo que o jogo de hoje será, também, apenas o terceiro da história entre ambos a ser disputado antes das semi-finais.
