Tudo o que Emma Raducanu faz no primeiro semestre de 2022 é sinónimo de uma nova estreia para a tenista britânica e Roland-Garros não só não foi exceção, como significou um virar de página para a britânica, que depois de vários problemas físicos chegou a Paris recuperada e deu provas de resistência, mas também de resiliência, a caminho da segunda ronda. Aos 19 anos já venceu em todos os torneios do Grand Slam.
Por Gaspar Ribeiro Lança, em Paris
Quatro anos depois de ter competido pela primeira e última vez na terra batida francesa, ainda como júnior, a número 12 mundial estreou-se no Stade Roland-Garros como tenista profissional com um triunfo por 6-7(4), 7-5 e 6-1 sobre Linda Noskova, checa de 17 anos que em 2021 se sagrou campeã de Roland-Garros em sub 18 e que este ano chegou ao quadro principal depois de passar o qualifying.
A vitória foi assinada no Court Simonne-Mathieu, o terceiro maior palco do complexo e que à medida que o encontro evoluiu se encheu de adeptos que em poucos minutos se renderam ao poder de fogo das duas jovens e às trocas de bolas cheias de variação.
Num duelo marcado por várias oscilações no marcador (Raducanu até foi a primeira a quebrar e pareceu encaminhada para a vitória no primeiro set, mas a chuva apareceu, quebrou-lhe o ritmo e deu a Noskova a janela de oportunidade ideal para reentrar na luta pela partida), a qualidade de jogo nunca baixou. Em estreia absoluta em quadros principais de torneios do Grand Slam, Noskova foi quem mais winners disparou (48 contra 24) e impressionou pelas pancadas limpas e agressivas com que destabilizou Raducanu. Mas a experiência da britânica, ainda pouca mas superior à da checa, veio ao de cima no decorrer do segundo parcial, em que combinou a paciência com a assertividade e recuperou de um break de atraso já na reta final para começar a mudar a história do encontro.
Livre das bolhas na mão que a perturbaram no Australian Open e da lesão nas costas que a afetou já na época da terra batida, a campeã do último US Open expôs o seu jogo variado e apostou em várias subidas à rede para cortar o timing a Noskova e construir a sua vitória mais longa da temporada, sinónima de um primeiro triunfo na terra batida de Roland-Garros.
A defender o estatuto de 12.ª cabeça de série, Emma Raducanu vai medir forças na segunda ronda com Aliaksandra Sasnovich, bielorrussa de 28 anos que nunca passou desta fase em Paris.