VILAMOURA — A seleção portuguesa cedeu no derradeiro encontro da fase de grupos e vai lutar pela 13.ª posição no BNP Paribas World Team Cup — Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas, cuja fase final acontece pela primeira vez em Portugal, na Vilamoura Tennis & Padel Academy, com a organização a cargo da Federação Portuguesa de Ténis e da Premier Sports entre os dias 2 e 8 de maio.
Depois dos desaires por 3-0 para a Espanha e a Polónia, Portugal cedeu pelo mesmo resultado para a Malásia, numa jornada em que se confirmaram as dificuldades antecipadas pelo selecionador nacional, Joaquim Nunes: no primeiro encontro, Mohamad Yusshazwan Yusoff (39.º) superiorizou-se a Carlos Leitão (186.º) por 6-1 e 6-0; depois, Abu Samah Borhan (29.º) derrotou Fábio Reis (156.º) por 6-1 e 6-1 e no par, já com o confronto resolvido, os dois tenistas malaios venceram João Couceiro (188.º) e Jean Paul Melo (457.º) por 6-1 e 6-0.
“Hoje era a nossa última oportunidade de lutar pelo terceiro lugar, mas sabíamos que era um encontro muito difícil. Coloquei o Carlos Leitão no singular numa perspetiva de libertar emocionalmente o João Couceiro, que nos dois momentos anteriores não conseguiu jogar ao nível a que normalmente joga, e por isso tentei criar alguma descontração nele para depois jogar o par, bem como aproveitar a capacidade de luta do Carlos para tentar fazer a diferença. Ele lutou e jogou aquilo que é capaz de jogar, mas nestes confrontos vêm sempre ao de cima as nossas lacunas, as nossas dificuldades, e embora reconheça que os jogadores se empenharam, não nos foi possível obter outro resultado”, analisou o capitão português.
Com três derrotas, Portugal terminou o Grupo D na quarta posição, uma classificação que deixa a equipa lusa na luta pelos lugares 13, 14, 15 e 16 e resulta na descida à fase de qualificação em 2023.
O conjunto “da casa” vai defrontar o Brasil, que perdeu com o Japão (3-0), a Argentina (3-0) e a África do Sul (2-1) e terminou o Grupo A no último lugar. A equipa que vencer o confronto discutido em português ficará na luta pela 13.ª posição, enquanto a derrotada terá pela frente ou o Sri Lanka, ou a Coreia no Sul para tentar terminar como 15.ª classificada.
“Agora temos de encarar a fase seguinte com a maior determinação possível para o ‘mata-mata’ com o Brasil, que é uma potência e ficou em quarto lugar num grupo dificílimo. No fundo, este ‘grupo’ improvisado em que estamos agora, para lutar pelas últimas quatro posições, é mais forte do que o que tivemos na fase de grupos, por isso espero dificuldades”, acrescentou Joaquim Nunes, que voltou a apontar “o muito trabalho a fazer” nos próximos anos como a solução para que a equipa portuguesa continue a evoluir.
A equipa do Japão, que chegou a Vilamoura como principal candidata ao título masculino, apurou-se para as meias-finais e parte na “pole position” sobretudo devido às credenciais de Shingo Kunieda —atual número dois mundial que para além de ter passado mais tempo do que qualquer outro na liderança do ranking tem no currículo 47 títulos em torneios do Grand Slam (entre singulares e pares), quatro medalhas de ouro em Jogos Paralímpicos, quatro títulos no Masters e nove títulos de campeão do mundo —, mas também do muito promissor Tokito Oda, que aos 15 anos é, para além do número um mundial de juniores, o nono classificado no ranking dos profissionais.
Esta quinta-feira o conjunto nipónico venceu a África do Sul, por 2-1, e terminou o Grupo A em primeiro lugar, pelo que disputará as meias-finais frente à Espanha, vencedora do Grupo D e que tem como maiores estrelas Martin de la Puente (10.º) e Daniel Caverzaschi (11.º).
A outra meia-final do torneio masculino será discutida entre os Países Baixos, que terminaram o Grupo B com três vitórias ao vencerem o Chile (3-0), e os Estados Unidos da América, e os Estados Unidos da América, que levaram a melhor sobre a França (2-1). O conjunto neerlandês é favorito à vitória nesta ronda, uma vez que se faz representar em Vilamoura por três jogadores do top 20 mundial — Tom Egberink (6.º), Ruben Spaargaren (12.º) e Maikel Scheffers (17.º), enquanto os norte-americanos não apresentam nenhum atleta deste lote.
Três das quatro equipas presentes nas meias-finais do quadro masculino repetem-se no quadro feminino, em que a Colômbia “ocupa” o lugar da Espanha. O conjunto sul-americano tem uma jogadora no top 10 mundial (Maria Angelica Bernal Villalobos é a nona classificada) e terminou o Grupo D com vitórias sobre o Brasil e a Argentina, pelo que vai discutir a passagem à final com os super-favoritos Países Baixos, representados por três das seis melhores jogadoras da atualidade — Diede de Groot (1.ª), Aniek van Koot (3.ª) e Jiske Griffioen (6.ª). A equipa neerlandesa venceu o Grupo A, com a Grã-Bretanha e a África do Sul.
No torneio de juniores, Grã-Bretanha e Países Baixos enfrentam-se na meia-final da metade superior do quadro, enquanto França e Austrália lutam pelo segundo lugar na decisão.
A categoria de quad é a única a já ter os finalistas apurados, curiosamente duas equipas que já se defrontaram na fase de grupos: os Países Baixos, que assim fizeram o pleno de meias-finais (quatro em quatro possíveis) nesta edição do BNP Paribas World Team Cup — Campeonato do Mundo de Equipas de Ténis em Cadeira de Rodas, e a África do Sul.
O conjunto europeu venceu os nove encontros que realizou no Grupo A (3-0 ao Japão, à África do Sul e à Turquia) e derrotou os EUA por 2-0 nas meias-finais, enquanto a equipa africana terminou a fase de grupos com duas vitórias (frente ao Japão e à Turquia, ambas por 2-1) e depois superou o Brasil, por 2-0.