“Quando jogo bem sou bastante bom.” A frase é da autoria de Nick Kyrgios e revela a confiança com que o tenista australiano entra em ação mesmo depois de mais de um mês de ausência, tendo em conta que o regresso feliz ao ATP Masters 1000 de Indian Wells, na madrugada desta sexta-feira (ainda quinta-feira na Califórnia), se traduziu apenas no segundo torneio em que o carismático jogador de 26 anos participa esta época.
Mas foi dita por uma razão: em apenas 72 minutos, o atual número 132 mundial (recebeu um wild card para disputar o quadro principal do torneio) “despachou” o argentino Sebastian Baez — ainda pouco à vontade em hard courts.
O duelo desta quinta-feira foi o primeiro encontro de singulares que Kyrgios disputou desde que deu trabalho a Daniil Medvedev na segunda ronda do Australian Open, a 20 de janeiro. A partir daí, dedicou-se apenas aos pares (fez história ao conquistar o título com o amigo de infância Thanasi Kokkinakis) e a aproveitar as semanas seguintes para se preparar mentalmente para o regresso ao circuito.
Outro argentino, Federico Delbonis (32.º cabeça de série), estará no seu caminho na segunda ronda, mas é na terceira, em que pode ter pela frente o norueguês Casper Ruud (número oito mundial), que pode chegar o primeiro grande teste — até pelo passado “quente” entre ambos, com várias trocas de palavras menos simpáticas de parte a parte que culminaram em Kyrgios a afirmar que preferia ver tinta a secar do que o norueguês a jogar.
A primeira jornada de quadro principal masculino no deserto californiano também foi sinónimo de história para Fabio Fognini, que derrotou Pablo Andujar por 3-6, 6-3 e 6-3 e ultrapassou o ex-número 4 mundial Adriano Panatta para se tornar no tenista italiano com mais vitórias de sempre em encontros de singulares ao mais alto nível: são já 392.
“Não passam de estatísticas, mas é claro que fico contente. Agora sou comparado aos grandes nomes. O Adriano era um ídolo quando eu era pequeno, por isso estou muito feliz, mas isto não é o fim. Vou continuar a lutar e veremos o que acontece”, disse Fognini depois do encontro. A primeira vitória do tenista de 34 anos no circuito ATP aconteceu em Amersfoort (Países Baixos) no ano de 2006. Desde aí, conquistou nove títulos, entre os quais o ATP Masters 1000 de Monte-Carlo, em 2019, e alcançou o nono lugar no ranking ATP, feitos que admitiu terem-no surpreendido.