Rafael Nadal voltou a bater mais um recorde no último Open da Austrália, alcançando a marca de 21 títulos em torneios do Grand Slam. Rafa é o exemplo da adaptação e trabalho contínuo para se manter a jogar a um nível altíssimo, apenas ao alcance dos grandes campeões que deixam a sua marca na História.
Em 2005, com 19 anos, ganhou o seu primeiro Grand Slam em terra batida de Roland Garros. Durante três anos (2005, 2006 e 2007), venceu esta competição e deu início ao legado de melhor jogador de terra batida de todos os tempos.
A ambição de Nadal fez com que esse título soubesse a pouco e, em 2008, vence, não só Roland Garros, como também Wimbledon, jogado em relva natural, em que foi possível verificar a adaptação na sua posição de resposta ao serviço nas diferentes superfícies (mais atrás em Roland Garros e mais perto da linha de fundo em Wimbledon).
Após este ano de 2008, Rafa foi vencendo e convencendo, ganhando torneios em todas as superfícies e contra todos os tipos de adversários. Lembrando, por exemplo, a final de 2017 no Open dos Estados Unidos, onde bateu o tenista sul-africano Kevin Anderson, Rafael Nadal respondeu ao serviço do adversário bem atrás no court, para poder ser mais agressivo na primeira bola após a resposta. Esta adaptação tática valeu-lhe o título de campeão do United States Open e o seu 16.º título do Grand Slam.
O circuito ATP joga-se, maioritariamente, em superfícies rápidas (43 torneios pisos rápidos e 21 em terra batida), o que demonstra a capacidade de trabalho, adaptação, resiliência e ambição deste atleta para desenvolver e demonstrar que é capaz de jogar e ganhar em qualquer contexto, procurando constantemente a resolução de problemas e a conquista de novos desafios.
Durante as duas últimas décadas, o ténis teve alterações que muitos jogadores de topo não conseguiram acompanhar e só se mantiveram os atletas que, realmente, processaram mudanças no seu jogo, acrescentaram algo e, mesmo quando ganhavam, continuavam a trabalhar e a desenvolver com humildade os seus skills técnicos, táticos, físicos e mentais, por forma a quebrarem recordes e a colocar a fasquia em patamares que parecem sempre inalcançáveis… tal como tem sido o caso de Rafael Nadal.
Durante toda sua carreira, Rafa procurou desenvolver as suas aptidões técnicas (serviço, jogo de rede, entre outras), por forma a criar condições que lhe permitissem chegar aos seus objetivos. Demonstrou que a capacidade de tentar e falhar, para melhorar, está inerente ao ADN dos grandes campeões.
Em 2015, a Universidad Europea de Madrid atribuiu a Rafael Nadal o título de Doutor Honoris Causa, em reconhecimento do seu contributo para o desporto espanhol e internacional, bem como para a sociedade em geral, representando um exemplo dos valores de rigor, diversidade, universalidade e inovação com os quais a Universidade Europeia se identifica.
Durante a final deste último Open da Austrália Rafael Nadal esteve a perder por 6-2, 7-6 e 3-2, com 40/0 no seu serviço, e foi capaz de dar a volta para vencer por 2-6, 6-7, 7-6, 6-4 e 6-4!!! Rafa esteve 05h24 em silêncio e focado em resolver o problema para voltar a superar o desafio, mais uma vez…