Gastão Elias regressou ao Australian Open ao fim de quatro anos para ficar à porta do quadro principal. O português foi derrotado na terceira ronda da fase de qualificação, mas nem tudo foi negativo. Em declarações enviadas ao Raquetc, o número 216 mundial fez um balanço da passagem por Melbourne Park. Desde o que de menos bom se passou à experiência de somar os primeiros triunfos da carreira nos Antípodas, o jogador português avaliou a semana como positiva e já tem metas traçadas para a próxima atuação no Grand Slam.
Ainda com as duas oportunidades de se juntar ao quadro principal do US Open atravessadas, o tenista da Lourinhã apontou o que falhou para voltar a ceder na derradeira ronda da fase de qualificação. Não travou o bom ritmo do cazaque Timofey Skatov (253.º) e confessa que foi incapaz de se impor: “Podia ter jogado melhor, mas não foi pior que o primeiro encontro. Ele entrou muito forte e deixou-me incomodado em todos os pontos. Controlou bem e não fui capaz de tomar a iniciativa, limitei-me a ganhar pontos quando ele errava. Não fui tão agressivo quanto queria, mas o mérito é todo dele.”
Mencionando o facto de nunca antes ter vencido no Major australiano e recordando um embate com Nick Kyrgios, Gastão Elias sublinha que as condições de jogo são distintas àquilo que está familiarizado: “Nunca tinha ganho um jogo aqui na Austrália, as condições são muito diferentes e por isso foi difícil jogar. A bola é muito viva e os courts exteriores são muito mais rápidos que os estádios. Quando joguei com Kyrgios num dos estádios, o piso era mais lento mas não consegui aproveitar isso. Este ano, a prestação foi ótima e não me posso queixar.”
Gastão Elias, que esteve à beira do apuramento em Flushing Meadows em agosto passado, aponta o próximo torneio do Grand Slam como momento da desforra: “No US Open, tive dois match points, agora estive um pouco mais longe, apesar de ter tido dois pontos para levar o encontro a terceiro set. Todos os jogadores são muito bons e estão muito motivados. Timofey Skatov foi dos últimos a entrar no quadro e, dentro que vi, foi dos melhores a jogar. Queria aproveitar esta oportunidade ainda com o US Open em mente, mas estes últimos Majors não deixam de ser positivos, esperando que à terceira seja de vez.”
Já de regresso a Portugal, Gastão Elias regressa ao circuito secundário no final do mês, estando em aberto a hipótese de voltar ao top 200 mundial: “Não está a ser fácil decidir o que fazer. Estou inscrito em Cleveland e depois jogo em Cherbourg e em Forli. É um período complicado para mim, porque o meu ranking não me permite ainda entrar nos qualifyings dos torneios ATP e os poucos Challenger que existem estão muito fortes. A única coisa a fazer é enfrentar jogadores muito bons para ganhar poucos pontos.”