Já não é segredo para ninguém que Carlos Alcaraz (atual 42.º classificado no ranking ATP) é um dos tenistas mais talentosos e promissores da atualidade, mas o adolescente espanhol de apenas 18 anos continua a quebrar barreiras atrás de barreiras e esta sexta-feira derrotou o italiano Matteo Berrettini (7.º) por 6-1, 6-7(2) e 7-6(3) para chegar às meias-finais do ATP 500 de Viena, na Áustria — as mais importantes da carreira.
Depois de ter deixado para trás os britânicos Daniel Evans e Andy Murray em dois sets, o pupilo do ex-número um mundial Juan Carlos Ferrero pareceu bem encaminhado para mais uma vitória autoritária tal foi a forma como entrou no duelo. Com muito poder de fogo (é uma das qualidades que mais lhe apontam os colegas de profissão), Alcaraz quebrou Berrettini forma autoritária nos dois primeiros jogos de serviço do italiano e chegou a dispor de um ponto para lhe aplicar um “pneu” na primeira partida, mas o top 10 conseguiu reagir e evitar o 6-0.
Sem baixar o ritmo, Alcaraz ameaçou uma nova quebra de serviço logo no segundo jogo do segundo parcial (teve duas oportunidades) e uma vez mais ao 2-2 (quando também teve duas possibilidades de se adiantar), mas as oportunidades desperdiçadas pelo espanhol permitiram a Berrettini manter-se na luta e forçar um tie-break, que acabou por vencer de forma autoritária, mesmo sem dispor de qualquer ponto de break.
A história voltou a repetir-se no terceiro set, em que Alcaraz foi o tenista mais forte durante grande parte do tempo e conseguiu chegar rapidamente a uma liderança de 4-1. No entanto, uma quebra de concentração crítica fez com que perdesse o break (sem ganhar qualquer ponto nesse jogo) e voltou a ser necessário um tira-teimas para se encontrar o vencedor, com o tenista espanhol a aprender com os erros do parcial anterior para somar a segunda vitória da carreira frente a um adversário do top 10 ATP — a primeira aconteceu no US Open contra Stefanos Tsitsipas.
Apurado para as quartas e mais importantes meias-finais da carreira em torneios do circuito ATP, Carlos Alcaraz — que este ano venceu o Challenger 125 Oeiras Open no Jamor e depois conquistou o primeiro título ATP em Umag (Croácia) — vai defrontar o vencedor do encontro entre Alexander Zverev e Félix Auger-Aliassime. Se vencer, o adolescente tornar-se-à no finalista mais novo da história do torneio de Viena (fundado em 1974) e dos torneios ATP 500, categoria que foi lançada em 2009.
A campanha na capital austríaca também garantiu um novo máximo de carreira à nova “coqueluche” do ténis espanhol: na segunda-feira será, na pior das hipóteses, o 35.º classificado, superando o 38.º lugar a que chegou em setembro. Mas num cenário livre de congelamentos, isto é, num ano em que o ranking não tivesse sido alterado por causa da pandemia, a sua classificação seria muito semelhante àquela que esta sexta-feira passou a ter na “Corrida ao Masters” (20.º), em que apenas são contabilizados os pontos de 2021.