Federer x Nadal, 10 anos depois

A 28 de março de 2004 (madrugada para 29 em Portugal Continental), milhares de espectadores preparavam-se para mais uma jornada do prestigiado torneio de Miami, considerado por muitos especialistas como o ‘quinto torneio do Grand Slam’. Entre os muitos jogos agendados, um envolvia o líder do ranking mundial, Roger Federer, e uma jovem promessa do ténis mundial, Rafael Nadal. E se o embate terminou de forma surpreendente, serviu também de catapulta para a rivalidade mais celebrada e mediática da história da modalidade, que hoje comemora dez anos.
Desde 2004, Rafael Nadal venceu vinte e três e Roger Federer dez dos encontros disputados, com o maiorquino a levar a melhor em 57 sets e o suíço a impor-se em 38. Em finais, é também o espanhol quem lidera, tendo vencido catorze das vinte finais disputadas por ambos até ao momento, mas recuemos novamente no tempo.
Roger Federer era já líder do ranking mundial e começava a não deixar dúvidas sobre o seu potencial e possibilidades de sucesso nos anos seguintes, vinha de um triunfo em Indian Wells sobre Tim Henman e era favorito à vitória em Miami. Do outro lado estava Rafael Nadal, cinco anos mais novo e no 35º posto da tabela individual masculina. Jogava-se a terceira ronda do evento e o suíço queixava-se de problemas físicos sentidos devido ao sol antes de entrar em campo, enquanto o espanhol procurava colocar toda a pressão do lado do seu oponente, então claro favorito ao título.
Durante setenta minutos, Rafael Nadal apresentou-se ao seu melhor nível para fazer a derradeira apresentação ao mundo do ténis, colocar 81% dos seus primeiros serviços e sair vencedor em 79% dos mesmos (contra 60%/61% de Federer) e converter quatro pontos de break num encontro em que o helvético não dispôs sequer de qualquer oportunidade para quebrar o seu serviço.

Estava escrita a primeira página de ouro da rivalidade ‘Fedal’, que no entanto apenas exactamente um ano depois (e agora com vitória de Roger Federer) viria a ser continuada: era a primeira final disputada entre ambos e foram precisos cinco sets para apurar o vencedor.
Desde então, Rafael Nadal e Roger Federer esgotaram estádios nos quatro cantos do mundo e somaram centenas de semanas passadas no topo do ranking e ainda dezenas de títulos do Grand Slam, torneios onde precisamente disputaram algumas das suas melhores batalhas: se Miami em 2005 ou Roma em 2006 ofereceram grandes encontros, o expoente máximo teve lugar na relva do All England Club em 2008, com o espanhol a levar a melhor após cinco longos e equilibrados sets naquele que é considerado por muitos como o melhor encontro de ténis de todos os tempos.

Feitas as contas, os dois jogadores defrontaram-se por 11 vezes em torneios do Grand Slam, 16 em torneios da categoria ATP Masters 1000, 5 no ‘Masters’ ATP e 1 num torneio ATP 500 (no longínquo ano de 2006, no Dubai, quando a ATP ainda não ‘organizava’ os seus torneios nas referidas categorias), não havendo espaço nem oportunidade para um único duelo na categoria mais inferior: ATP 250.

Fora dos courts, Federer e Nadal participaram ainda em inúmeros eventos promovidos por torneios, patrocinadores e, até, organizações sem fins lucrativos, revelando-se como dois dos atletas mais carismáticos e mediáticos da actualidade.

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