[INTRODUÇÃO]: 29 de setembro de 2013. João Sousa subia ao palco principal de Kuala Lumpur com o objectivo de se tornar no primeiro tenista da história do ténis português a vencer um torneio profissional de singulares, tendo Julien Benneteau pela frente na frande final. Na memória de todos estavam os triunfos sobre Jurgen Melzer e, em especial, David Ferrer, exactamente uma semana depois de ter alcançado as meias-finais em São Petersburgo. O dia entraria para a história não só da carreira de João Sousa mas também do desporto nacional e hoje, a 30 de março de 2014, celebramos o vigésimo quinto aniversário do vimaranense.
Depois de uma breve passagem pelos meses que antecederam a melhor semana da carreira de João Sousa, viajamos até à Malásia onde, a 29 de setembro de 2013, foram quatro e não duas as torres a brilhar em Kuala Lumpur. Às Petronta Towers juntaram-se Frederico Marques e João Sousa, acompanhados pelo brilhante troféu de campeão do torneio ATP 250 local.
PETRONA TOWERS: O MAIS BELO EPISÓDIO NA ‘NOSSA’ HISTÓRIA
Se há relatos que comovem e emocionam a população, este tem obrigatoriamente de ser um deles. Há entrada para o torneio de Kuala Lumpur, João Sousa era o 77º classificado no ranking mundial, ainda em busca do que muitos outros no circuito procuram alcançar. Uma semana depois, e com vitórias sobre David Ferrer, Jurgen Melzer e Julien Benneteau no bolso, aparecia em destaque nos jornais de todos os cantos do mundo e no site oficial da Associação dos Tenistas Profissionais.
Derrotar David Ferrer em sets directos não é um resultado alcançado por muitos mas João Sousa conseguiu-o e garantia assim as suas segundas meias-finais consecutivas. Disputado em plena manhã em Portugal Continental, o encontro entre o vimaranense e o então número três mundial despertou interesse de todas as partes do mundo. No dia seguinte, Sousa era já mencionado nos mais variados desportivos e apontado como um forte candidato à vitória.
A Ferrer seguiu-se o sempre perigoso Melzer em mais um verdadeiro teste para o português, sendo necessárias duas horas e três minutos até que, com o seu quarto break no encontro, Sousa confirmasse a ultrapassagem ao austríaco. Estava feita história para o ténis português, que a partir daquele momento passava a contar com dois finalistas em torneios de singulares e estava a apenas um triunfo de viver o momento mais feliz de toda a sua história.
Na final, o derradeiro teste. Fosse qual fosse o resultado, Kuala Lumpur permitiria a um jogador sair da Malásia com um inédito título, dado que Julien Benneteau, apesar de mais experiente, havia perdido as oito finais anteriores que disputara.
Era uma nova batalha, a derradeira. O começo não foi o melhor e Benneteau usufruiu de toda a sua experiência para rapidamente se adiantar no marcador e conquistar o primeiro set, mas com o avançar do relógio o pupilo de Frederico Marques foi ganhando algum terreno e dando início a uma recuperação. A SportTV transmitia para todo o país o encontro. A emoção era muita, as redes sociais enchiam-se de mensagens de apoio e a ânsia, essa, era incontrolável. Benneteau chegava ao match point numa fase final do segundo set incrível. João Sousa, implacável, contornava a pressão e dava a volta ao seu jogo de serviço.
Momentos depois, um set igual. Tudo poderia acontecer e nenhum dos jogadores desistiu. A luta continuou ao mais alto nível com os dois atletas a ameaçarem o break a qualquer instante mas, uma vez mais, foi o guerreiro João Sousa quem levou a melhor. E estava feita história para a sua carreira e, ainda, para o ténis português. João e Portugal subiam ao lugar mais alto do ténis mundial, 250 pontos eram pela primeira vez conquistados por um representante nacional num torneio ATP e, agora sim, a imprensa não largava o português.