Golpe de água fria a fechar a fase de qualificação do US Open: no regresso aos torneios do Grand Slam pela primeira vez em três anos, Gastão Elias (233.º classificado no ranking ATP) ficou muito perto de voltar a inscrever o nome num quadro principal, mas desperdiçou a vantagem de um break e, sobretudo, dois match points no tie-break do terceiro set e acabou derrotado pelo eslovaco Alex Molcan (138.º) com os parciais de 6-2, 4-6 e 7-6(6) na última ronda do qualifying do US Open.
A viver o ponto mais alto de um ano que o catapultou do 532.º para o 233.º lugar no ranking, o tenista português de 30 anos teve pela frente um dos jogadores em melhor forma, que depois do primeiro e único encontro entre ambos (em abril) surpreendeu tudo e todos ao alcançar a final de um ATP 250 (só perdeu para Novak Djokovic) e aproveitou o momento de forma para participar em mais duas finais, mas no circuito Challenger — a última, que venceu, precisamente na última semana de competição antes de viajar para Nova Iorque.
E se o primeiro set confirmou as dificuldades que Gastão Elias estava preparado para enfrentar, no segundo parcial o ascendente começou a alterar-se. Fisicamente mais fresco do que o adversário, o jogador da Lourinhã aproveitou a quebra de rendimento de Alex Molcan na pancada de serviço — em particular no primeiro — e no capítulo físico para começar a criar-lhe dificuldades, e interromper uma série de 15 sets consecutivos para o eslovaco, iniciada em Liberec, precisamente na semana que o coroou como campeão.
Com tudo igualado no marcador, o jogador português (que já passou pelo 57.º lugar da classificação mundial) ameaçou o break logo no jogo inaugural do terceiro e decisivo set, não o conseguiu, mas alcançou-o pouco depois, para fazer o 3-2, e manteve-se na frente até que chegou o momento de servir para selar a vitória. Apesar de ainda ter salvo dois pontos de break, ao 30-40 e nas vantagens, Gastão Elias não conseguiu evitar a reação do eslovaco e o encontro acabou por ser levado ao tie-break.
No “tira-teimas”, Gastão Elias voltou a entrar melhor e foi o primeiro a dispor de match points (ao 6-4), mas não conseguiu concretizar nenhum (o segundo no seu serviço) e não voltou a pontuar, abrindo a Alex Molcan espaço para consumar uma reviravolta celebrada de corpo no chão e braços erguidos.
Derrotado “à porta” do quadro principal na Big Apple, Gastão Elias ainda tem hipóteses de voltar a competir no US Open, mas para isso é preciso que entre como lucky loser — um cenário que está fora do seu controlo. Caso se confirme o cenário mais provável, isto é, a eliminação definitiva, será o fim da participação portuguesa no torneio profissional, depois das derrotas de Pedro Sousa, João Sousa, Frederico Silva e João Domingues na primeira ronda deste qualifying. Daqui a sensivelmente uma semana, contudo, voltará a haver representação portuguesa no “Major” norte-americano, mas no torneio júnior, com Miguel Gomes à procura da qualificação para a grelha principal.
Última atualização às 19h04.
