O russo Karen Khachanov (25.º classificado no ranking ATP) qualificou-se, esta sexta-feira, para a final de singulares dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, ao derrotar o espanhol Pablo Carreño Busta (11.º) por 6-3 e 6-3.
Nascido em Moscovo, o tenista de 25 anos não estava a realizar uma temporada de destaque (tinha como melhores resultados as meias-finais nos ATP 250 de Melbourne, logo a abrir a época, e Lyon, já na terra batida) até que chegou aos quartos de final em Wimbledon, uma prestação que lhe deu a confiança necessária para chegar a Tóquio e replicar o ténis que há exatamente dois anos o levou ao oitavo lugar do ranking.
Khachanov foi, aliás, o primeiro dos três russos em destaque nos últimos anos a chegar ao top 10 mundial, mas ao contrário de Daniil Medvedev e Andrey Rublev não conseguiu fixar-se entre a elite do ténis mundial, apesar de no currículo contar com um título num ATP Masters 1000 (precisamente em 2018, em Paris).
Agora, e em representação do Comité Olímpico Russo (que mesmo assim não pode ser identificado oficialmente, tendo de ser incluído nas comunicações das provas e atletas única e exclusivamente como “ROC”), uma vez que a Rússia foi banida na sequência de um escândalo de doping, Karen Khachanov parece ter aproveitado a mística dos Jogos Olímpicos para se reencontrar e já garantiu uma medalha.
Na final mais importante da carreira, que reunirá as atenções do planeta, o moscovita terá pela frente ou o alemão Alexander Zverev, filho de pais russos, ou o sérvio Novak Djokovic, número um mundial que em Tóquio persegue o quarto de cinco capítulos que o podem levar a um patamar histórico — o desejado Calendar Golden Slam, feito que consiste na conquista dos quatro torneios do Grand Slam e do ouro olímpico na mesma temporada.
Garantida está já a oitava medalha da história para a Rússia em singulares, sendo que em caso de vitória Khachanov será o terceiro tenista do seu país a conquistar o ouro, depois de Yevgeny Kafelnikov em 2000 e Elena Dementieva em 2008.