Alexandra Eala desceu à terra pronta para navegar na onda do sucesso de Miami

Beatriz Ruivo/FPT

OEIRAS – Alexandra Eala sempre foi vista como uma futura estrela do ténis feminino e todos os vaticínios alinharam-se quando uma histórica campanha no WTA 1000 de Miami a levou até às meias-finais. Sem nunca antes ter atingido sequer os oitavos de final de uma prova do circuito principal, a jovem de 19 anos só parou no penúltimo dia de um dos torneios mais fortes do calendário e depois de triunfos face a jogadoras do calibre de Jelena Ostapenko, Madison Keys e Iga Swiatek. Agora é tempo de regressar à terra, literalmente.

O Oeiras Ladies Open é o palco escolhido para o regresso à competição e o certame eleito para o início da temporada de terra batida. Um ano após ter cedido na primeira ronda neste local, a tenista natural das Filipinas chega agora com outro estatuto (pela primeira vez é top 100 – está no posto 73 do ranking WTA) e com vontade de confirmar os pregaminhos de Miami.

“O meu objetivo é competir da mesma forma e manter o nível. Estou a tentar não dar tanta importância aos resultados porque no fundo o que fiz foi apenas uma semana muito boa, mas foi apenas uma. O que quero que aconteça é ser capaz regularmente o que fiz em Miami”, contou a ainda teenager no media day da segunda edição do Oeiras Ladies Open como prova WTA.

Sem querer deslumbrar-se à sombra do sucesso, Eala ambiciona continuar a “aprender” a nível 125 ou até ITF 100. Miami, para ela, não fez despontar grande mudanças. “A minha mentalidade, ética de trabalho e quantidade de trabalho que coloco mantém-se constante”. E nem o melhor torneio da carreira a fez parar e regressar a casa. Só planeia voltar às Filipinas – onde é uma estrela – depois da temporada de relva.

O destino levou-a de momento a um “local magnífico, perto da água e da natureza” e um local que, de certa forma, a liga a antigos treinadores. Alexandra Eala pertence à academia de Rafael Nadal desde os 13 anos e foi por lá que privou com dois dos melhores portugueses de sempre: chegou a ser treinada por Maria João Koehler e teve em Nuno Marques o responsável máximo pelo ténis feminino em Maiorca.

“A Maria foi uma grande jogadora. Fui treinada por ela quando tinha 15, 16 anos, ainda mais nova do que sou hoje. Foi alguém com quem pude absorver conhecimento, alguém como eu, com a mesma garra. Ela tinha imenso fogo dentro dela. Foi divertido estar com ela. O Nuno foi treinador da Maria quando ela era nova e era o head coach do grupo antes de ir para o Kuwait. É um grande treinador. Deu para ver que tem muita experiência e mesmo nunca tendo viajado com ele, treinámos muitas vezes. Era muito intenso, sério e focado. Aprendi muito tanto com ele como com a Maria”.

A convivência com portugueses não a faz ser conhecedora da língua de Camões, mas em espanhol consegue expressar-se, ainda que não seja suficiente para manter entrevistas fluídas e há outras prioridades pelo caminho. E por falar em caminho, a antiga número dois mundial de sub 18 (campeã do Us Open em 2022) sabe perfeitamente o que quer e para onde vai. “No final de contas, se não acreditar onde vou chegar tenho zero chances de o atingir”, disse de forma peremptória. “Isso não significa que lá vou chegar, mas tenho uma convicção muito forte para onde quero ir”.

Para já, teve de descer das nuvens porque a vida continua. Terá sempre Miami para recordar e a viagem em direção aos sonhos e objetivos ainda vai na casa de partida.

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