COPENHAGA — A ausência forçada de Novak Djokovic até poderia ter enchido o balão de confiança dos anfitriões e a história chegou mesmo a começar a ser escrita para o seu lado. Mas por duas vezes as vontades dos mais de 10.000 dinamarqueses que preencheram a casa foram ludibriadas e a ilusão não passou disso mesmo.
Ao fim do primeiro dia, os jogadores da casa pouco de positivo têm a retirar e a Sérvia está a um passo de garantir o apuramento para a fase de acesso às Davis Cup Finals — mesmo sem a sua principal estrela, ausente devido à lesão que sofrera no Australian Open.
O sorteio havia ditado que Elmer Moller (149.º) fosse o primeiro a pisar o piso rápido da Royal Arena e o andamento correu de feição até meio caminho. O natural de Aarhus, que recentemente levou consigo o maior dos títulos do Braga Open, cumpriu parte da missão perante Miomir Kecmanovic (55.º), mas o ex-finalista vencido do Millennium Estoril Open agiu a tempo de desativar o alarme e puxar a situação a seu favor. O sérvio dominou por completo a estatística a partir do parcial intermédio e cerrou o punho ainda em menos de duas horas, por 3-6, 6-2 e 6-1.
Sem razões aparentes para levar as mãos à cabeça, o público dinamarquês depositou a esperança em Holger Rune (12.º) para o segundo e derradeiro confronto desta sexta-feira. À semelhança do colega, o jogador de Copenhaga encaminhou-se a bom ritmo para o desfecho sorridente, antes de um apagão anímico que extinguiu as aspirações: Hamad Medjedovic (94.º), que há um par de semanas deu que falar em Portugal, com a consagração do título do primeiro Indoor Oeiras Open, silenciou o efusivo ruído da plateia e assinou a segunda de três vitórias necessárias, por 2-6, 6-3 e 6-1.
O silêncio apodera-se dos corredores que direcionam os milhares de espectadores às ruas dos subúrbios de Copenhaga e o contraste manifesta-se com a frenética atmosfera que marcou a jornada. Ainda assim, vários rostos sorridentes denunciam a alegria dos adeptos sérvios — que espalharam o azul, branco e vermelho da sua bandeira um pouco por todos os cantos do recinto.
A precisar de vencer apenas um dos três encontros agendados para um sábado com tudo em jogo, a Sérvia pode celebrar a aproximação à fase final da prova de competições já no duelo de pares que abre a sessão. Para a Dinamarca — a única das nações estreantes neste patamar da Taça Davis —, é necessário dobrar um verdadeiro Cabo das Tormentas e a margem de erro é agora nula.