Rui Machado reconhece “favoritismo” de Portugal, mas alerta: “A Taça Davis é um mundo diferente”

MÓNACO — Portugal viajou até ao Mónaco com o favoritismo do seu lado para a eliminatória da Taça Davis agendada para este fim de semana e o sorteio realizado esta sexta-feira no Monte-Carlo Country Club reforçou o estatuto dos visitantes, que após uma semana de adaptação querem manter o país na rota da fase final.

“Concordo que partimos como favoritos, não sei se concordo que partimos claramente como favoritos. Isso vale de muito pouco porque no campo é que temos de ganhar e na Taça Davis, em que já tenho mais de 20 anos como jogador e capitão, sei que é um mundo um pouco diferente. Os jogadores superam-se a jogar pelos seus países e nós estamos à espera que os nossos se superem, mas sabemos que a teoria aqui vale muito menos”, explicou Rui Machado depois do sorteio que confirmou a aposta em Nuno Borges e Jaime Faria para a jornada inaugural.

Valentin Vacherot é o número um do Mónaco (está no 201.º posto do ranking ATP) e a equipa fica completa com dois especialistas de pares — Hugo Nys e Romain Arneodo (25.º e 71.º no ranking da especialidade) — e um… reformado. Atualmente com 42 anos, Benjamin Balleret terminou a carreira em 2016 (10 anos depois de ser 204.º) e regressou em setembro do ano passado para colmatar a seleção monegasca, função que volta a desempenhar e logo com uma chamada a jogo para um dos encontros de singulares.

“Temos uma equipa mais completa, sim, mas é preciso ganhar três pontos, não são 10. Se fosse a 10 eu diria que eramos claramente favoritos, mas aqui são três e temos de estar conscientes de que vai ser uma grande luta”, completou Machado, que é dois anos mais novo do que Balleret e quem melhor conhece este monegasco — chegaram a enfrentar-se e a vitória sorriu ao português na final de um ITF na Polónia em 2013.

“Conheço-o bem, espero que o ritmo e a condição física não estejam tão bem como quando estava no seu melhor, que é o expectável. Mas temos de esperar um encontro difícil porque ele vai esforçar-se para ganhar”, acrescentou o selecionador algarvio, que “à partida” manterá o alinhamento que ficou definido esta sexta-feira, isto é, a aposta em Borges e Faria para os singulares e em Borges e Francisco Cabral para o par.

“Foi esta a escolha porque achei que era a melhor equipa para competir contra estes jogadores neste momento, mas também tenho de me sentir contente por ter alguma dor de cabeça a escolher. Significa que tenho bons jogadores e que estamos a formar bons jogadores”, respondeu sobre a ausência de Henrique Rocha do “line-up” inicial quando, em setembro, o portuense brilhou ao assinar a primeira vitória de um português sobre um top 10 na Taça Davis.

Total
0
Shares
Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

Total
0
Share