OEIRAS – Alexander Blockx veio a Portugal pela segunda vez para arrecadar o segundo título no ATP Challenger Tour. Com os 100 pontos amealhados, o jovem de 19 anos vai subir ao top 150 do ranking ATP e aproximar-se do que está destinado a alcançar: um lugar entre os melhores.
Em crescendo a nível exibicional, Blockx foi vencendo cada vez com maior à-vontade. Depois dos triunfos sobre Alexander Ritschard (118.º ATP, ex-99.º) e Jurij Rodionov (162.º, antigo 87.º) nas duas primeiras rondas, o antigo número um mundial de sub 18 não perdeu parciais face a Nikoloz Basilashvili (206.º atualmente, 16.º em 2019), Mark Lajal e a final até acabou por ser o sucesso mais acessível.
“Ele devolve muitas bolas e é muito rápido, mas dá-me tempo de acelerar as minhas pancadas e por conta disso consegui fazer um jogo mais agressivo, sobretudo do meu lado direito e subir várias vezes à rede. Para jogadores que tenham dificuldades em finalizar o ponto ele é um pesadelo, mas para mim foi o melhor encontro da semana [em termos de encaixe]“, disse relativamente ao derradeiro encontro, no qual superou o canadiano Liam Draxl por 7-5 e 6-1 sem sequer enfrentar um ponto de break.
Sem grande pecúlio pontual a defender até ao verão, o vencedor do Australian Open de 2023 no escalão júnior almeja voos maiores, mas sempre de pés bem fixos no chão. “Não defender pontos dá-me mais liberdade em termos mentais. Mas não penso nisso. Não defender pontos é bom, mas se não ganhar encontros não me serve de nada. Vou tentar ganhar o máximo possível e, eventualmente, os pontos e o ranking vão aparecer”.
A cautela também se deve ao conhecimento do que precisa de evoluir, nomeadamente ser mais consistente e mais astuto taticamente. Nada que não se resolva com trabalho e com maior rodagem entre os grandes. O objetivo maior passa por terminar a temporada no Next Gen Finals. “No último ano vi vários colegas da minha idade a jogar e isso motivou-me muito a estar lá este ano.” E, a custo, lá admitiu que “chegar ao top 100 seria um feito muito bom, mas se não for este ano será no próximo ou daqui a dois, tudo a seu tempo.”
Ficou a promessa de regresso a Portugal num futuro próximo, quem sabe já no próximo Oeiras Open de abril, em terra batida. Mas para já há que continuar no piso favorito para acumular o máximo possível e tentar alcançar o qualifying do Masters 1000 de Miami.
Sem celebrações efusivas e de olhos postos no futuro, Alexander Blockx sabe que o título do Jamor é apenas mais um dos degraus rumo a outro patamar e não é o caminho que se festeja, mas sim a meta atingida. “Sei que quando jogo uma final pode sempre ser a última. Encaro as finais mais como alívio quando as venço. Claro que é bom ganhar, mas é bem melhor vencer um Grand Slam como o [Jannik] Sinner. Isto é algo pequeno comparado a isso. Dentro de mim estou feliz, sem dúvida. Mas o caminho para mim não acaba aqui”.