OEIRAS – Três semanas no circuito Challenger para Tiago Pereira, quatro vitórias. O pecúlio do jovem de 20 anos na nave dos campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor e a confiança adquirida permite encarar o “Grand Slam” algarvio de seis semanas com a maior ambição.
“Fiquei muito feliz com o meu nível nestas três semanas, senti que mereci estar onde estive. Acho que podia ter corrido um pouco melhor na segunda semana e também nesta, mas não tem mal nenhum, fico muito feliz pela maneira como joguei na mesma. E pronto, vai haver mais chances e pode ser que continue a jogar a este nível. Se continuar, acho que tenho altas possibilidades de continuar a subir no ranking“, começou por contar o atual número oito nacional em conferência de imprensa.
Apesar do posto 514 da tabela ATP – deverá passar a ser o 24.º português a estrear-se no top 500 na próxima segunda-feira -, Tiago Pereira sentiu que “conseguia jogar frente a frente com estes jogadores, senti que merecia estar cá”.
E faz sentido. Além do bom nível de jogo, o jovem luso amealhou três triunfos face a tenistas do top 300 (só tinha um até estas provas), Lorenzo Giustino, Max Hans Rehberg e Bernabe Zapata Miralles, e alcançou nas três semanas a ronda de acesso ao quadro principal, tendo ultrapassado essa fase no torneio do meio.
No derradeiro Indoor Oeiras Open, Tiago Pereira não ficou particularmente lamurioso com o desfecho, apesar da má entrada no terceiro set ter sido de pouco agrado. “Foi dos melhores encontros que já joguei. Ele é um excelente jogador, taticamente é muito difícil contrariar. Foi dos melhores senão o melhor encontro nestas três semanas”, sublinhou, aludindo à imprevisibilidade de Denis Yevseyev, 249.º ATP e antigo 153.º.
Do circuito Challenger segue-se um Grand Slam. Não no sentido literal, mas mais no sentido emocional. Os próximos eventos marcados são os seis torneios algarvios, de onde é natural e nos quais praticamente não defende pontos. “Vou tentar encarar os encontros de maneira que tenha a maior possibilidade de os ganhar e tentar olhar para a situação de maneira a conseguir fazer as coisas certo. Se me correr bem, posso eventualmente voltar a estes torneios mais cedo do que pensava, por isso vou tentar encarar as coisas de maneira positiva”.
Ainda antes disso o Indoor Oeiras Open 3 mantém-se vivo, mas na prova de pares ao lado de Gastão Elias, um dos históricos do ténis português e com quem vai tentar aprender o máximo possível.