De sparring partner a estreante surpresa: Dino Molokova viveu semana inesquecível no Jamor

Dino Molokova estava no sítio certo à hora certa e as circunstâncias presentearam-no com um convite para o qualifying do Indoor Oeiras Open, o torneio que assinalou a estreia do jovem de 17 anos no ATP Challenger Tour. A confirmação do cenário mais provável — uma derrota na primeira ronda — não manchou a experiência memorável do viseense, que veio ao Jamor para ser sparring partner.

“Tenho estado aqui a treinar, mas fiquei surpreendido. Pensei que iam dar [o wild card] a outros jogadores, mas telefonaram-me e fiquei muito feliz”, contou já após a derrota por 6-1 e 6-1 para Abedallah Shelbayh, egípcio de 21 anos que está no 250.º lugar do ranking ATP (foi 181.º há um ano) e integrou o elenco do Next Gen Finals em 2023.

Depois de 21 participações em torneios ITF, esta foi a primeira aparição de Molokova no circuito Challenger e refletiu-se no sono: “Tive dificuldades em adormecer porque comecei a pensar muito no jogo. Era uma boa oportunidade de mostrar quem sou e a minha cabeça estava sempre a pensar, sem desligar. Hoje também estive bastante nervoso no início, entrei mal e com muita pressa, mas foi um bom jogo. O resultado não foi claramente o que eu queria, mas dei o meu melhor e o meu adversário era melhor do que eu.”

Filho de pai português e mãe russa, o jogador do Viseu Royal Tennis Club “desde sempre” tem o futuro em aberto: “Gostava de chegar a profissional e fazer bons resultados, mas é um caminho difícil. Vou ver como corre o ano e depois vejo se tento ser profissional, ou se há plano B.”

Para já, fica este Indoor Oeiras Open como recordação da primeira participação num patamar superior e palco de experiências até há semanas impensáveis, como a oportunidade de treinar cara a cara com uma das suas referências: “Entre os portugueses gosto muito do Henrique Rocha e foi bom treinar com ele. É um jogador excelente, que já ganhou torneios Challenger e jogou os Grand Slam. A intensidade dele é superior, parece que bate sempre simples e mesmo assim a bola vai sempre rápida. É bom treinar com estes jogadores para ganhar o ritmo deles.”

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