Francisco Cabral e Nuno Borges venceram pela segunda vez lado a lado em Melbourne e apuraram-se pela primeira vez para os oitavos de final de pares do Australian Open. Desta vez, a dupla portuguesa cedeu um set, mas na opinião do especialista da variante o desfecho foi justo pelas oportunidades criadas.
“Foi mais um jogo muito duro. Acho que fomos sem dúvida a melhor equipa ao longo do encontro e aquela que esteve sempre mais perto de ganhar. Criámos mais oportunidades do que eles durante as duas horas, mas nos pares é mesmo assim. Eles conseguiram uma boa sequência de pontos para nos fazerem o break no segundo set e depois não conseguimos quebrar de volta, mas no terceiro voltámos a ser claramente superiores”, disse Cabral após a vitória por 7-6(1), 4-6 e 6-3 sobre o indiano Sriram Balaji e o mexicano Miguel Reyes-Varela.
Em crescendo ao longo dos últimos meses, o portuense de 27 anos (atual número 76 mundial de pares depois de já ter sido 45 e com dois títulos ATP entre cinco finais) confirmou que “tenho vindo a melhorar o meu nível desde o final do ano passado, sinto-me bem fisicamente e a divertir-me e a aproveitar cada momento dentro do campo, seja treino ou jogo. Estou contente com a forma como as coisas têm evoluído.”
Agora, há história à vista: na próxima madrugada, Francisco Cabral e Nuno Borges podem tornar-se na primeira dupla 100% portuguesa a atingir os quartos de final de um torneio do Grand Slam, mas para isso precisam de superar os neerlandeses Tallon Griekspoor e Botic van de Zandschulp.
“Precisamos de voltar a fazer um bom encontro porque só com boas exibições é que temos hipóteses de ganhar jogos a este nível tão exigente”, reforçou o portuense antes de explicar que “não muda nada” na preparação para um embate frente a especialistas de pares — como os dois anteriores — e um perante jogadores focados nos singulares: “São dois excelentes jogadores que batem muito forte na bola e servem e respondem muito bem. Estamos preparados e se jogarmos a um bom nível vamos ter hipóteses.”