OEIRAS – Em 2023, Zsombor Piros venceu no Jamor o Oeiras Open 125 aquele que é ainda hoje o maior título da carreira e parecia embalado para o grande objetivo, o ingresso no top 100. Só que nem tudo é um mar de rosas e a subida vertiginosa tornou-se numa queda perigosa, tanto dentro como fora do court.
“Foi o pior período da minha vida. Não sei se sabem, mas houve um encontro em que tive dois match points e estava a servir para entrar [virtualmente] no top 100. Seria 94.º [no live ranking], mas perdi esse encontro e fiquei desolado. Estive depressivo e desmotivado imenso tempo. Teria entrado diretamente no quadro principal do Us Open, mas depois perdi alguns pontos, desci no ranking, separei-me do meu treinador e tive também problemas na minha vida particular. Estive perdido. De quase no top 100 passei para fora do top 200 e sem treinador. Estava sem esperança e passei por um período de muitas derrotas. Foi difícil”, contou em conferência de imprensa depois de carimbar acesso às meias-finais do Indoor Oeiras Open 2, vingando uma derrota há uma semana contra Hamad Medjedovic na mesma fase.
A esperança voltou com uma nova equipa. Ainda com base em Budapeste, Piros contou com a ajuda do amigo Atila Balazs para formar uma nova entourage desde outubro e até o próprio ex-top 100 (76.º) dá um apoio aqui e ali. “Estou em boas mãos. Vamos ver se resulta. Agora tenho motivação e coragem a jogar. Acho que pode ser um bom ano para mim”.
O ano que começou em Portugal e no local do maior troféu, ainda que da terra batida para os campos cobertos, em hard courts. Após os quartos de final no primeiro torneio, o tenista magiar já garantiu, pelo menos, uma ronda a mais e só Mackenzie McDonald (ex-37.º e quarto cabeça de série) o separa de uma nona final Challenger.
“Se pudesse jogava no Court Central porque creio que neste momento sou melhor em terra batida. É um local especial para mim e dar-me-ia uma percentagem extra”, disse, meio a brincar meio a sério, sobre se preferia mudar-se para o campo principal do complexo em caso de possibilidade, lembrando a semana especial em abril de 2023, inesperada na altura e que o catapultou quase para a elite.
Agora vai ter de escalar novamente e pode dizer-se que a esperança tem fundamento. À maior pré-época de sempre (dois meses), onde até ganhou quatro quilos, Zsombor Piros quer embalar para o que ainda não foi feito, mas quase. “Ainda acredito no top 100, é o meu objetivo este ano. Estou num bom caminho, ainda que primeiro tenha de me qualificar para o qualifying de Roland-Garros”.
Ajudaria vencer no Jamor novamente e para já está a dois triunfos da meta.