Jaime Faria brilhou durante a madrugada desta quinta-feira e apurou-se pela primeira vez para o quadro principal de um torneio do Grand Slam, feito que fez dele o segundo jogador português a ultrapassar o qualifying do Australian Open, mas o primeiro a fazê-lo na estreia e até… em Melbourne.
O tenista português de 21 anos resistiu ao estoniano Mark Lajal para alcançar um objetivo de carreira e desta forma repetiu a proeza de Frederico Silva em 2021.
No entanto, essa edição foi especial e por causa da pandemia de covid-19 o qualifying jogou-se em Doha, no Qatar, pelo que Jaime Faria tornou-se no primeiro português a furar uma fase de qualificação tradicional no Australian Open e, por consequente, no primeiro a fazê-lo no recinto do torneio e na semana imediatamente anterior ao quadro principal (em 2021 foi necessária uma quarentena de duas semanas).
Antes de Frederico Silva e Jaime Faria, tentaram a sorte na fase de qualificação masculina do Grand Slam australiano sete jogadores lusos, todos sem sucesso: Rui Machado em 2010 e 2014, Leonardo Tavares em 2011, João Sousa em 2011 e 2012, Gastão Elias em 2015, 2016 e 2018, Pedro Sousa em 2017 e 2020, João Monteiro em 2018 e João Domingues, em 2018, 2019 e 2020.
Machado, Elias e os dois Sousa acabaram por chegar, pelo menos numa ocasião, ao quadro principal, mas sempre com entrada direta (tal como Nuno Marques, João Cunha e Silva, Frederico Gil e Nuno Borges, que nunca participaram no qualifying).
No ténis feminino, a história é diferente: Maria João Koehler foi a primeira portuguesa a passar o qualifying do Australian Open, em 2012, e repetiu a proeza em 2013 — ano em que Michelle Larcher de Brito igualou o feito. Neuza Silva jogou por três vezes a fase de qualificação, mas nunca a ultrapassou, e Francisca Jorge foi derrotada na estreia em 2024.
Feitas as contas, Jaime Faria será, aos 21 anos, o 13.º representante nacional a participar no quadro principal de singulares de um torneio desta dimensão e o 10.º entre os homens, mas apenas nono no Australian Open.