Por fim feliz em Portugal, Dzumhur ganhou nova vida numa das melhores épocas

Eduardo Oliveira/FPT

MAIA – Damir Dzumhur chegou à Maia sem qualquer vitória anterior em Portugal e queria apanhar o voo para Sarajevo já dentro do quadro principal do Australian Open. Não só o conseguiu como fechou 2024 perto dos 80 melhores do mundo e, sobretudo, selou a temporada com um sexto título do ano no ATP Challenger Tour, algo que o coloca como um dos melhores de sempre numa só época a este nível.

“Foi o melhor final de ano possível. Estou muito feliz e significa muito para mim. Provavelmente é um dos resultados que mais aprecio em toda a minha carreira”, começou por dizer o tenista 32 anos, que fala assim mesmo já ostentando no currículo três títulos no circuito principal em quatro finais e mesmo já tendo integrado o 23.º lugar do ranking. “Ganhar um ATP sabe muito bem. Jogar Grand Slam contra grandes jogadores, vencê-los, tudo isto é um grande sentimento. Mas quando regressamos dá para saborear tudo de uma forma melhor”.

De facto, Dzumhur garantiu no Maia Open que pela sexta vez na carreira, primeira desde 2019, vai terminar uma temporada no top 100, num ano em que regressou pela primeira vez a esse elite desde 2020. E o sexto troféu da temporada em seis finais disputadas (14.º título Challenger no palmarés) garante-lhe um posto na galeria dos melhores, só atrás dos oito ganhos por Tallon Griekspoor há três anos.

“Sabia que provavelmente não havia muitos com seis títulos num ano. Ganhar seis é um feito excelente porque os Challengers têm um nível muito alto. Quando vemos jogadores a ganhar neste nível, a fazer finais ou chegar às meias-finais vemos que são os mesmos que estão bem no circuito principal. O nível é muito alto, não há grande diferença entre um jogador 20, 15 para um 50 ou 100. Não há grande diferença entre um jogador 100 e um 350 ou 400. Posso perder com qualquer um num mau dia e até sinto às vezes que é mais fácil nos torneios ATP. Sinto-me mais relaxado”.

Fechada a “segunda melhor temporada de sempre”, atrás da de 2017 (três finais ATP), o bósnio vai descansar uns dias e celebrar não só o Maia Open como “a temporada absurda” que realizou. Só uns dias, pois a concorrência não espera e alguns já começaram a pré-época. Agora quer manter-se entre os melhores já que o caminho de regresso foi árduo. “Ganhei uma segunda vida. Voltar a estar nos melhores torneios, voltar a estar com os melhores, treinar com eles. Não podemos dar nada como garantido. Vou usar esta nova oportunidade e aproveitá-la ao máximo”.

Vamos vê-lo de novo em Portugal? Com certeza, até porque a malapata foi quebrada. “Nunca tinha ganho um encontro em Portugal antes da Maia”, destacou na derradeira conferência de imprensa da semana, lembrando a Taça Davis de 2010, o Challenger do CIF em 2020 onde perdeu com um jovem Nuno Borges ou o Millennium Estoril Open de 2023 contra Frederico Silva, curiosamente o adversário na primeira ronda deste Maio Open e que andou a poucos pontos de manter a maldição.

“Não sei porque razão aconteceu porque adoro o país. Depois do Estoril até pensei não regressar por não conseguiu vencer. Mas vim e pensei ‘não desistas’. Vêem, quando não esperamos as coisas acontecem”.

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