MAIA – Pela sexta vez consecutiva, a Maia é um dos palcos de conclusão de uma temporada ATP. A sétima edição (em 2021 dois torneios fizeram parte do calendário) é, como sempre, também dedicada à matemática. Esta é uma das quatro provas finais a contar para o apuramento do quadro principal do Australian Open e, no caso de Henrique Rocha, para Jidá – a corrida para o Next Gen Finals, a cimeira dos oito melhores tenistas de sub 20.
Um ano depois do sonho de Nuno Borges, o Maia Open decorre pela primeira vez sem o menino pródigo. E por bons motivos, já que a eternidade joga-se noutros palcos ainda maiores.
Jaime Faria (pulso) e Gastão Elias (costas) enfraqueceram o contigente luso e o torneio com lesões impeditivas e a bandeira nacional no quadro principal ficou entregue a Henrique Rocha, Frederico Silva, Pedro Araújo e Francisco Rocha. Dos sempre aliciantes nomes estrangeiros, Fabio Fognini, já de objetivos traçados, abandonou um quadro no qual seria o principal favorito, mas Albert Ramos-Vinolas (ex-17.º), Federico Coria (101.º, 49.º em 2023) ou Damir Dzumhur (106.º, ex-23.º) engradecem o segundo torneio maiato da categoria 100, uma das mais relevantes ao nível do ATP Challenger Tour, este ano com sistema eletrónico de arbitragem ao vivo e, portanto, pela primeira vez sem juízes de linha.
Poker de aspirações nacionais
Henrique Rocha lidera o grupo de portugueses da sétima edição do Maia Open. O atual 173.º do ranking ATP e número três nacional não tem apresentado o fulgor de outras partes de 2024 (em março venceu o primeiro troféu Challenger, em junho atingiu outra final), ainda assim no penúltimo torneio que disputou atingiu as meias-finais em Lima. A concorrência para Jidá não abranda e a três lugares fora do objetivo, o luso de 20 anos precisa de ir bem longe num local a que chama casa – antes de integrar a equipa do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis, Rocha era um dos muitos produtos da Escola de Ténis da Maia.
Tal como em 2023, o irmão Francisco Rocha (703.º) também integra o quadro principal da competição. Igualmente com ligação ao Complexo Municipal de Ténis da Maia, ainda maior por ser o local onde treina atualmente, o tenista de 25 anos celebrou há um ano a maior vitória da carreira ao bater o então 205.º Riccardo Bonadio, naquele que foi o seu primeiro sucesso a nível Challenger.
Os outros dois elementos da entourage nacional chegam à Maia em excelente forma, ambos com quinzenas memoráveis em Vale do Lobo. Frederico Silva chega ao último torneio de 2024 com 51 vitórias e três troféus em cinco finais; Pedro Araújo apenas com menos seis triunfos e com dois títulos em três decisões. Os dois partilharam a final do Vale do Lobo Open II, ganha pelo jogador natural das Caldas da Rainha naquela que foi, até à data, a maior que Araújo já disputou.
Terráqueos consagrados e promessas de futuro
O ranking dos três internacionais destacados em cima fala por si, mas a qualidade de Ramos-Vinolas, Coria e Dzumhur vai muito além de um número. O primeiro tem quatro títulos (um deles o Millennium Estoril Open de 2021) em 12 finais (a maior a do Masters 1000 de Monte-Carlo) no circuito principal e chegou a alcançar os quartos de final de Roland-Garros em 2016. O argentino, que aparece agora como principal favorito ao título do próximo domingo, tem duas finais em terra batida e é sempre um tenista difícil de derrotar na superfície até para os melhores do mundo. Dzumhur, adversário de Frederico Silva na ronda inaugural, já pertenceu à elite (tem três troféus no circuito maior em quatro decisões) e tem do ténis mais disruptivo que existe ao mais alto nível.
Federico Coria e Damir Dzumhur têm ainda a motivação extra de marcar presença de forma direta no Australian Open de janeiro de 2025.
De resto, muita juventude como é apanágio. Elmer Moller (vencedor do Braga Open), Adrian Andreev (campeão da CT Porto Cup), Daniel Rincon (ex-número dois de sub 18 e campeão do US Open de 2021 no escalão), Gabriel Debru (antigo líder da hierarquia júnior), Abdullah Shelbayh, Edas Butvilas são os nomes mais sonantes dos jogadores ainda em ascensão.
Geoffrey Blancaneaux, vencedor deste Maia Open em 2021, Kimmer Coppejans (ex-97.º)e Andrej Martin (antigo 93.º) ajudam a compor a qualidade do elenco.
Local: Complexo Municipal de Ténis da Maia
Superfície: Terra batida indoor
Bolas: Wilson Roland-Garros clay-court
Entrada livre durante toda a semana
Pontos e prize-money
QR2 | QR2 | Qualifier | 1R | 2R | QF | SF | F | 🏆 | |
Pontos | 0 | 2 | 4 | 0 | 7 | 14 | 25 | 50 | 100 |
Prize-money | €300 | €600 | — | €1.200 | €1.960 | €3.340 | €5.740 | €9.705 | €16.550 |
Programa
Domingo (11h): 12 encontros do qualifying
Segunda-feira (12h): 6 encontros do qualifying + 2 do quadro principal de singulares (primeira ronda)
Terça-feira (11h): Quadro principal de singulares (primeira ronda) e de pares (primeira ronda)
Quarta-feira (11h): Quadro principal de singulares (primeira ronda) e de pares (primeira ronda)
Quinta-feira (11h): Quadro principal de singulares (segunda ronda) e de pares (quartos de final)
Sexta-feira (11h): Quadro principal de singulares (quartos de final) e de pares (meias-finais)
Sábado (11h): Quadro principal de singulares (meias-finais) e final de pares
Domingo (11h): Final de singulares
Transmissões televisivas
O Maia Open será transmitido em direto na Sport TV entre os dias 26 de novembro e 1 de dezembro, ou seja, todos aqueles que são inteiramente dedicados ao quadro principal.
De terça-feira (primeira ronda) a sexta-feira (quartos de final) serão transmitidos em direto dois encontros de singulares a partir das 13 horas. No fim de semana (meias-finais no sábado, final no domingo), a estação televisiva entrará novamente em direto da Maia, mas a partir das 11 horas.