VALE DO LOBO – Gauthier Onclin conquistou este domingo em Vale do Lobo o 11.º título da carreira e o segundo de uma temporada marcada por uma lesão no ombro que o afastou de julho a outubro. O regresso tem sido disputado em Portugal e à terceira final em solo nacional saiu mesmo a festejar, ainda que o tempo para celebrar seja inexistente porque há um foco maior a concretizar.
Em seis torneios após a lesão, o belga de 23 anos jogou quatro em Portugal e só uma vez perdeu antes da final. Depois de duas decisões cedidas na Beloura, Onclin venceu o Vale do Lobo Open III vingando as derrotas sofridas face a Frederico Silva tanto há uma semana como numa das finais em Sintra.
“Estou muito contente após momentos duros que vivi no verão”. Simpático, mas não muito expressivo em inglês (a língua principal é o francês), Gauthier Onclin explicou o que mudou em relação às últimas derrotas frente o caldense. “A semana passada não aproveitei as vantagens que tive. Hoje fui mais sólido e concretizei melhor as oportunidades. Ele foi melhor jogador no início, mas a 5-3 abaixo passei a ser mais sólido. Estou feliz por ter sido consistente nos momentos importantes e claro que o primeiro parcial foi crucial. Joguei melhor no segundo set e sabia que ele tinha muitos encontros nas pernas”.
O objetivo principal passa por “preparar da melhor forma 2025”. Agora não há como esconder que o qualifying do Australian Open está ao virar da esquina, algo nada estranho para o ex-194.º pois já disputou a fase prévia de todos os Grand Slams. “Se conseguir será um bónus, terei de ganhar para a semana. Se jogar tão bem como esta semana não terei remorsos”.
Para a semana o palco é Monastir e pelas contas de Steve Darcis, antigo 38.º ATP, vencedor de dois títulos ATP e ex-tenista que outrora celebrou uma vitória estrondosa contra Rafael Nadal em Wimbledon, uma presença no derradeiro dia do torneio até deverá selar o apuramento.
“Ter a chance de o ter na Federação é um bónus. Ele traz a sua experiência, especialmente durante os embates a encontrar soluções. Lê muito bem o jogo como fazia quando jogava”, elogios de Onclin, que costuma partilhar a sabedoria de Darcis com Raphael Collignon, finalista no CIF em setembro e compatriota belga agora às portas do top 100. Aliás, o vencedor do derradeiro ITF masculino português de 2024 também realçou o quão importante foi a ajuda da “lenda” na final deste domingo, sobretudo para prevalecer no jogo mais longo do encontro – a 6-5 do primeiro parcial o set foi sentenciado ao sétimo set point.
Fica a promessa de regresso ao nosso país, ainda que se voltar em janeiro para os Indoor Oeiras Open será mau sinal, sinal que o objetivo Melbourne falhou. “Portugal é um ótimo país e para jogar ténis é incrível. A organização é sempre excelente. Na Bélgica faltam torneios e aqui é um bom exemplo e ajuda os jovens como o [Henrique] Rocha, o [Jaime] Faria ou o [Nuno] Borges. É um país excelente e adoro voltar cá”.