OEIRAS — Frederico Silva arrasou a concorrência e sagrou-se pela primeira vez campeão nacional absoluto, um título ao qual atribuiu significado especial mesmo se no currículo — e inclusive este ano — já tem outros maiores e noutros voos, os mesmos que retoma já a partir da próxima semana no regresso ao circuito internacional com o objetivo de acabar o ano o mais próximo possível do top 300.
“Vim aqui com o objetivo de saier com o troféu de campeão nacional, por isso estou bastante satisfeito. Fiz bons jogos ao longo da semana e hoje voltei a fazer uma boa exibição. Nem sempre jogamos ao nosso melhor nível numa final, mas o mais importante era sair com a vitória e controlei bem o jogo”, admitiu depois de vencer o qualifier Daniel Batista por 6-1 e 6-2.
Depois de três derrotas em meias-finais, a primeira delas no longínquo ano de 2011 (no ano anterior conquistou o título de campeão nacional e sub 16), o jogador das Caldas da Rainha fez jus ao estatuto de primeiro cabeça de série com uma exibição praticamente perfeita e desconstruiu o rumo dos acontecimentos: “Sabia que ele gosta de ter tempo para jogar no campo todo com a direita e que gosta de controlar com o slice do lado esquerdo, mas sendo canhoto senti que podia ter alguma vantagem se canalizasse o jogo com a minha direita de canhoto na esquerda dele. E foi um bocadinho por aí, tentei ser eu a comandar os pontos e consegui fazê-lo mesmo se o serviço não esteve tão afinado como durante a semana.”
“De uma forma geral consegui jogar da forma como queria, peguei várias vezes nos pontos e comandei eu o encontro”, acrescentou o novo campeão nacional, que juntou o título deste sábado aos dois que já tinha ganho em torneios internacionas (primeiro em Castelo Branco, depois em Sintra) neste ano de regresso à boa forma.
“Nem sempre é fácil sermos os primeiros cabeças de série porque ganhamos uma pressão extra, mas não estando aqui o Jaime ficou ainda mais claro na minha cabeça [que era o favorito]. Isso obrigou-me a ser muito competente, intenso em todos os encontros e a manter sempre o foco e estou satisfeito por ter sido muito estável”, admitiu Silva antes de ser questionado sobre a importância desta conquista.
“É sempre um título importante, é um título que fica e que obviamente todos os jogadores tentam ter. Houve anos em que não vim cá tentar ganhá-lo por causa do calendário, eram anos em que se calhar nesta altura estava mais apertado em termos de pontos e a tentar qualificar-me para o US Open ou o Australian Open no início do ano.”
Seguem-se, para terminar a época, mais três semanas em solo português — dois ITF M25 em Vale do Lobo, no Algarve, e o Challenger 100 da Maia — com o objetivo de terminar 2024 “o mais próximo possível ou mesmo dentro do top 300.”